Por mês, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Dam) registra em Três Lagoas cerca de 80 ocorrências de mulheres que sofreram algum tipo de agressão. A média corresponde a uma média 2,5 atendimentos por dia. De acordo com a delegada Letícia Mobis Alves, titular da delegacia, o número é grande e acompanha o crescimento da cidade. “Se formos comparar esses números com o tamanho de Três Lagoas, podemos considerar que ele acompanha o crescimento da cidade. Sem falar também do fato de mais mulheres terem conhecimento das leis que as protege”, destacou a delegada.
Três Lagoas
A cada 24 horas, quase três mulheres são agredidas
Cram realizou uma caminhada ontem no centro da cidade em alusão ao dia contra a violência
Os casos mais frequentes registrados na delegaciasão os de ameaças seguidos por lesões corporais, vias de fato (brigas) e injúria. “O tipo de ocorrência mais registrada são as ameaças, na grande maioria dos casos vindas do namorado ou marido, temos também vários registros de lesão corporal, oriundas de brigas conjugais”, disse a delegada.
Outro tipo de ocorrência que tem crescido nos últimos anos, são os casos de estupro contra vulnerável. Segundo a delegada, este tipo de crime tem tipo um crescimento considerável na cidade, e ocorre principalmente contra crianças menores de 14 anos. Na maioria das ocorrências, o acusado de cometer o abuso é algum membro da família ou alguma pessoa que tem acesso livre a casa. Atualmente a delegacia da mulher investiga oito casos de estupro em Três Lagoas.
LEI
Para a delegada, a lei Maria da Penha foi um divisor de águas no combate aos crimes de violência contra a mulher. “Muitas mulheres não tinham coragem de denunciar por medo de não dar em nada, hoje com esta lei, muitas mulheres estão tomando coragem e denunciando os crimes dos quais são vitimas”, destacou a delegada que falou também sobre uma mudança na lei. “Em muito dos casos de violência, após a prisão ou abertura de processo contra o agressor, a mulher acabava procurando a delegacia dias depois, para solicitar que a retirada da queixa, com a nova mudança, isso não é mais permitido, se o inquérito for aberto, não é mais permitido que a mulher retire a acusação” afirmou Letícia.
PASSEATA
A violência da mulher foi tema de uma passeata realizada na manhã de ontem, em Três Lagoas. A mobilização foi organizada pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAM), em alusão ao “Dia Internacional da Não Violênciacontra a Mulher”. Este dia foi criado em homenagem às três irmãs, ativistas politicas, Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal. Elas foram brutalmente assassinadas durante a ditadura de Leônidas Trujillo, na República Dominicana.
Na cidade, a passeata teve início pela avenidaAntônio Trajano dos Santos, no Centro, no trecho da Rua Zuleide Peres Tabox (em frente à Catedral Sagrado Coração de Jesus) até à Praça Senador Ramez Tebet, onde as participantes entregaram material informativo sobre o tema.
A passeata faz parte da campanha “16 Dias de Ativismo”, alusiva a várias datas importantes, como o “Dia da Consciência Negra”, “Dia Mundial de Combate à AIDS” e “Dia Nacional de Mobilização dos Homens”. Por fim o campanha vai celebrar em 10 de dezembro, o “Dia Mundial dos Direitos Humanos”. Durante este período várias ações serão realizadas na cidade de Três Lagoas.