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A cerveja e o seu dia especial

Leia o artigo da Flávia de Souza, que é Sommelière de cervejas

Leia o artigo da Flávia de Souza, que é Sommelière de cervejas. - Divulgação
Leia o artigo da Flávia de Souza, que é Sommelière de cervejas. - Divulgação

Pois é. Imagine que você está em um barzinho com seus 2 ou 3 amigos apenas bebericando uma gelada e comendo um petisquinho, colocando o papo em dia… E a conversa fica tão boa, mas tão boa que, naquele dia, esses amigos cervejeiros resolvem criar o dia internacional da cerveja! Foi assim mesmo que essa data, hoje comemorada quase que no mundo todo, surgiu.

A primeira sexta-feira do mês de agosto é conhecida como o dia internacional da cerveja desde 2007, quando o fato que relatei acima aconteceu numa cidadezinha chamada Santa Cruz, na badalada Califórnia, nos Estados Unidos. 

E te pergunto: Como é que passamos esse tempo todo sem um dia especial para comemorar uma das bebidas mais antigas do mundo? Afinal, faz 6 mil anos que este planeta descobriu e vem descobrindo maneiras de produzir cerveja, beer, bier, biere, birrë, pivô, cerveza, biero, birra, cervesiam… Em quantas línguas podemos traduzir? 

Se foi premeditado ou ao acaso sua descoberta, ninguém sabe ao certo. Será que a cevada acabou se molhando ao ser armazenada ao relento? E assim se iniciou uma pequena fermentação com o sol da manhã seguinte? Quem foi o primeiro corajoso a experimentar esse caldo? Ou será que alguém resolveu cozinhar os cereais? Fazer um chá de cevada? Acendendo um fogareiro, despejando água em um recipiente de barro e acrescentando os grãos que havia na casa? Muitas perguntas e suas respostas incertas…

A cerveja que surgiu fazendo parte da nossa nutrição enquanto éramos nômades e vivíamos em pequenas comunidades. Já chegou a ser considerada mais saudável do que a própria água. Por 40 dias ao ano passa a ser a única fonte de alimento de muitos religiosos. Teve uma importância econômica e de status em outras épocas. Passou a ser item gastronômico e espelho da cultura local que a produzia. Leis e estatutos a regulamentaram para padronizar a produção e deixar a cultura de um país ainda mais específica, tanto é que hoje temos escolas cervejeiras: a belga, a alemã, a inglesa e a americana, cada uma com suas manias, limitações ou liberdades na produção desse líquido dourado – que nem sempre é de cor dourada, podendo ser marrom, âmbar, e até rosa, sem um pingo de corante alimentício. ´

Hoje temos cerveja para todos os gostos, de todos os sabores, para todas as estações do ano: verão, inverno, primavera ou outono. E para todos os tipos de celebrações, desde o carnaval até o Natal. É… esse dia especial é mais do que merecido!
Saúde!

*Flávia de Souza, é Sommelière de cervejas.