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Editorial

A Democracia venceu e sempre vencerá

Leia o Editorial do Jornal do Povo deste sábado (5)

Eleições mostraram ao país e ao mundo, mesmo com um resultado "apertado", que respiramos democracia - Divulgação
Eleições mostraram ao país e ao mundo, mesmo com um resultado "apertado", que respiramos democracia - Divulgação

As eleições em segundo turno do último dia 30 de outubro mostraram ao país e ao mundo, mesmo com um resultado “apertado”, que respiramos democracia. E que as urnas eletrônicas são um mecanismo avançado no processo eleitoral brasileiro. Embora, tenhamos vivido uma campanha eleitoral das mais acirradas da nossa história política, o resultado atendeu a lisura do pleito e a condução do processo de apuração do voto pelas consagradas urnas eletrônicas. Não há como contestá-lo diante da vontade manifesta dos eleitores que compareceram nas urnas ávidos em fazer cada um a sua escolha. Aliás, o índice menor de abstenção do primeiro para o segundo turno mostra o quanto os eleitores deram importância e relevância ao pleito.

O fato é que diante do resultado da eleição, evidenciou-se pela maioria de que não há lugar à luz da legalidade para quaisquer contestações, ainda mais quando antidemocráticas como as registradas com o bloqueio de estradas e manifestações em frente a quartéis conclamando intervenção militar, que jamais ocorrerá considerando-se o comprometimento dos militares com a ordem pública e a legalidade. É pena verificar que equivocadamente bloquearam estradas, cercearam o direito de ir e vir das pessoas e prolongaram protestos até haver intervenção policial. Infelizmente, se registrou numa rodovia paulista o atropelamento por um motorista irresponsável que feriu 16 pessoas, além do bloqueio que causou o desabastecimento de postos de gasolina, supermercados, hospitais entre outros setores indispensáveis à vida das pessoas e a normalidade da atividade comercial e industrial.

Há de se lembrar, que o direito de ir e vir é um bem inalienável dos cidadãos. Discordar é direito legítimo, desde que esteja à luz da lei. Quem agride e discorda lançando mão da violência torna-se arbitrário e infrator da lei e é passível de enquadramento na ordem jurídica que estabelece as relações entre as pessoas e o Estado de Direito.  Ninguém pode se erigir a julgador e muito menos, desprezar a ordem jurídica instituída por força de decisão legislativa que foi transformada em  lei. Criticar os preceitos da Constituição Federal com interpretações ajustadas à própria conveniência é prática reprovável em qualquer país democrático. E, evidencia equivoco e desconhecimento de princípios que regem as relações entre cidadãos e o próprio Estado como ente civil. Emitir opiniões, discutir ideias, posicionamentos são condutas aceitáveis no mundo civilizado. Mas, tornar-se agressivo com quem discorda ou sair enxovalhando a honra alheia, ou até mesmo participar de movimentos antidemocráticos e de recriminação defendendo opinião intransigente e sem amparo legal não é conduta civilizada e democrática. A regra civilizada é a da aceitação do  resultado das urnas.

A minoria não precisa sucumbir e nem deixar de continuar defendendo as bandeiras que acredita, mas a discordância legítima deve acontecer no campo da discussão saudável e em clima de respeito mútuo. Ninguém pode ser demonizado pelo que pensa. O resultado está proclamado e reconhecido até mesmo por quem perdeu o pleito. Essa é a essência da democracia. Não há como continuarmos vivendo em um ambiente de beligerância pregando medo, disseminando insegurança, reprovando pessoas que livremente fizeram sua opção, assim como  questionar o futuro como se fosse incerto, criando figuras de delírio. Há esperança para dias melhores, temos que torcer para que o futuro presidente da República e seus ministros trabalhem pelo bem do Brasil. A essência da democracia é o voto e a liberdade. Sempre haverá no mundo democrático vencedores e perdedores. Agora só resta torcer para que o Brasil e os seus  governantes com o trabalho e respeito a interdependência dos Poderes constituídos, cumpram a lei, tratem o erário público com  respeito e dignidade. Enfim, que a promoção da economia e da sociedade como ente civil traga tempos de paz e justiça social. Observados esses preceitos, a democracia sempre continuará vencendo.