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Editorial

A indústria do turismo

Editorial do Jornal do Povo deste sábado aborda a necessidade de explorar o turismo em Três Lagoas

Torneio de Pesca Esportiva, nos rios Paraná e Sucuriú, é um dos eventos que contribui para fomento do turismo de Três Lagoas - Arquivo/JPNEWS
Torneio de Pesca Esportiva, nos rios Paraná e Sucuriú, é um dos eventos que contribui para fomento do turismo de Três Lagoas - Arquivo/JPNEWS

Embora seja um país muito agraciado de belezas naturais, rico em lugares atraentes, muitos ainda intocados ou altamente preservados, o Brasil não utiliza o turismo como uma fonte de riquezas. O número de turistas que visitam o país é, pelo menos, 10 vezes menor em comparação ao volume de pessoas que vão conhecer ou revistar Paris, na França, por exemplo. Como lá e em muitos outros locais, o turismo é uma grande indústria, capaz de gerar milhões de empregos e muita riqueza, sem poluição nem grandes investimentos públicos. 

Também como outras regiões do país, a Costa Leste de Mato Grosso do Sul possui dezenas de cidades com potencial turístico em  início de exploração. Em início. Nada que se possa considerar como ideal ou suficiente para ser considerado "uma indústria". Em Três Lagoas, por exemplo, os resultados da atração de turistas para as riquezas naturais é bastante baixo – volume quase inverso ao obtido pelo turismo de negócios, movimentado pelas empresas instaladas na cidade.

O balneário municipal é, por exemplo, um dos locais que poderiam ser melhor aproveitados. E não só por ações do poder público.  A iniciativa privada pode lançar projetos para uso do local, em parceria com a prefeitura ou não, atraindo pessoas para a cidade, como ocorre em Bonito, aqui no Estado, ou em Olímpia, em São Paulo, para onde centenas de três-lagoenses vão conhecer um clube com água quente natural. Lá, a iniciativa é privada. O poder público providencia, apenas, a manutenção de acessos e a segurança externa.

O Carnaval, daqui a duas semanas, é outro "produto" que poderia ser melhor aproveitado por todas as cidades com características como as de Três Lagoas. Santa Fé do Sul (SP) e Poços de Caldas (MG) fazem isso muito bem e conseguem atrair milhares de pessoas a cada ano. 

O indesejável, nesse aspecto, é a transformação do poder público em um agente explorador do turismo. Seu papel deve ser o de fomentador, apoiador e incentivador de investimentos. 

Ainda sobre as riquezas naturais, em Três Lagoas também seria possível a exploração de água quente, de trilhas ecológicas pela Cascalheira, de rallys de motos por estradas rurais, a Festa do Folclore, o Festival de Praia e o Torneio de Pesca Esportiva, entre outros. Opções não faltam. Projetos existem. Resta a execução e o melhor aproveitamento das oportunidades e a valorização global desta região tão valiosa.