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Editorial

A novela das obras federais

Editorial publicado no Jornal do Povo deste sábado (22)

Obras do Contorno rodoviário foram paralisadas
Obras do Contorno rodoviário foram paralisadas

O contorno rodoviário Samir Thomé que margeia o distrito industrial rumo a Selvíria e adjacências, demorou mais de dez anos para ser construído. Foi preciso que o senador Ramez Tebet trouxesse até Três Lagoas, o então ministro Eliseu Padilha dos Transportes no governo Fernando Henrique Cardoso para que fosse definitivamente anunciado esse anel rodoviário que passou a facilitar a vida daqueles que vindos do estado de São Paulo pretendiam seguir viagem para Selvíria – Aparecida do Taboado – Paranaíba e dai adiante.

A construção da ponte sobre o rio Paraná foi mais um episódio que demandou anos e anos até que fosse construída para liberar o trânsito sobre a usina hidrelétrica de Jupiá, que ano após ano, tornava-se mais intenso por conta do desenvolvimento do Centro Oeste brasileiro e do volume do tráfego de caminhões pesados, agravado pelo precário estado da ferrovia da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que deixou de transportar mercadorias até ser paralisada como atualmente se encontra.

Mais recentemente, teve início a implantação do contorno rodoviário que irá tirar do perímetro urbano de Três Lagoas pela avenida Ranulpho Marques Leal, o tráfego pesado de caminhões e veículos que trafegam pela BR 262 com rumo aos mais variados destinos. Anunciado, não saia do papel, e foi necessária uma ação no parlamento nacional, congregando senadores e deputados federais, liderados pela então senadora Simone Tebet para que esta tivesse seu início.

Entretanto, por várias vezes foi paralisada, mas às duras penas, sempre pela ação parlamentar os trabalhos de sua implantação eram retomados. Agora, que está prestes a se interligar com a BR 158, novamente, a novela se repete, pois as obras de terraplanagem e pavimentação estão paralisadas sob a alegação da empreiteira de que os custos ficaram altos, porque antes obtinha pedra brita sem custos e agora terá que comprar sabe lá onde e como, embora aqui em Três Lagoas tenha pedreira, que poderá fornecer esse importante e básico insumo para a execução da obra. E, pede mais ainda a dita empreiteira que o contrato seja reajustado para que não tenha prejuízo.

Essa alegação é velha. Empreiteiras sempre querem no transcorrer da execução de obras reajustar e aditivar seus contratos para aumentar seus ganhos. Ora, se esta empreiteira ganhou a licitação pelo valor de obra que apresentou e diz- se capaz de executar o contrato, o correto é que arque com o bônus de ter ganho um processo licitatório, já que levantou seus custos e apresentou preço menor entre outros concorrentes, além de se dar por satisfeita com o lucro que irá auferir. Por esse mesmo motivo – o de reajustes, se arrastou por anos o recapeamento e a implantação de terceiras pistas na BR 262 em direção a Água Clara até que chegou se até lá, mas sem execução de acostamentos, os quais foram implantados posteriormente em partes do trecho.

Quanto a UFN -3, a gritaria é geral, porque além de estar paralisada sua construção, acabou por prejudicar centenas de fornecedores que esperam até hoje receber seus haveres, não pagos por contas de desvios vergonhosos. Mais um capítulo dessa triste novela. Novamente, houve dura intercessão das forças políticas de Mato Grosso do Sul, para que essa obra retome seu andamento e seja concluída. Assim espera-se. Mas, mais um capítulo de novela se desenrola ou “enrola” quando anunciam que a obra de implantação do contorno rodoviário já está paralisada.

Espera-se que o governador Eduardo Ridel do nosso Estado e a ministra do Planejamento, Simone Tebet adotem ações para cobrar sua retomada, até porque nesta última quinta-feira, o Orçamento da União que já deveria estar aprovado desde ao ano passado, foi votado e chancelado pelo Congresso Nacional. Duro mesmo, é ver que sempre que se obtém uma obra federal para Três Lagoas, a sua conclusão passa por paralizações e acabam por se arrastar por anos e anos.

Até quando teremos que conviver com essa situação que desmerecem essas realizações?