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Entrevista

‘A tendência daqui uns dias é anunciar zero óbito por Covid’, diz secretário

Secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, faz uma avaliação da atual situação da pandemia da Covid-19 em MS

'A tendência daqui uns dias é anunciar zero óbito por Covid’, diz secretário - Foto: Arquivo/CBN
'A tendência daqui uns dias é anunciar zero óbito por Covid’, diz secretário - Foto: Arquivo/CBN

Mato Grosso do Sul segue em primeiro lugar no ranking entre os estados do país que mais imunizou a população com a primeira dose de vacina contra Covid-19. Para o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, o Estado pode ter atingido a imunidade coletiva, na análise de alguns especialistas, mas destacou que governo quer atingir de 80% a 90% para alcançar essa marca. Em entrevista ao Jornal do Povo, secretário fez uma avaliação da atual situação da pandemia da Covid-19 no Estado.

Como está a campanha de vacinação em Mato Grosso do Sul até agora? E qual a avaliação que o senhor faz da campanha no Estado?

GERALDO RESENDE Nós temos hoje uma posição bastante confortável, continuamos sendo o Estado que melhor imuniza no país. Se tomarmos o que certamente é o correto no processo de imunização, que é tomar as duas doses, ou dose única, vamos continuar em primeiro lugar na vacinação, entre os estados da federação. Estamos hoje com mais de 94% de pessoas que tomaram a 1ª dose, mais de 76% que tomaram a segunda, ou dose única do chamado do grupo do imunizável, ou seja, acima dos 18 anos. Ainda não acrescentamos os adolescentes, que já começamos a vacinar. Já temos mais de 73% dos adolescentes que tomaram a 1ª dose e mais de 11% dos que tomaram a segunda dose. Estamos neste processo, temos dificuldades, porque há muitos que teimam em não se vacinar. Precisamos convencer esses grupos dos anti-vacinas para que compareçam para se imunizar, já que é o único antídoto, o único remédio. É preciso que os que tomaram a 1ª, compareçam para tomar a segunda dose, bem como os adolescentes que ainda não tomaram, que se imunizem, assim com os idosos. Temos vacina o suficiente para vacinar os idosos. Temos apenas 35% dos idosos acima de 60 anos que foram vacinados, precisamos chegar a 90%.

Quais os resultados positivos da vacinação?

GERALDO RESENDE Temos números que mostram que o processo de vacinação no Estado foi exitoso. Temos hoje um número de óbitos pequeno, apesar de todos os óbitos nos deixarem constrangidos, sendo mais de 600 mil no país e quase 10 mil no Mato Grosso do Sul. É preciso saber que, somente por meio da vacinação podemos mudar esse quadro. Temos agora boletins divulgados três vezes na semana, e um número de mortes pequeno. Muitos dos óbitos anunciados nos últimos dias ocorreram lá atrás, porque o processo de investigação da causa da morte não tinha sido encerrado. A tendência daqui uns dias é anunciar zero óbito em Mato Grosso do Sul, graças ao fruto dessa campanha memorável de imunização que nos fez referência nacional.

A imunidade coletiva já foi atingida em Mato Grosso do Sul?

GERALDO RESENDE Já atingimos a imunidade coletiva, se a gente levar pela assertiva de especialistas de que dizem que, acima de 70% das pessoas imunizadas com as duas doses ou dose única, podemos apontar para o processo da chamada imunidade coletiva, mas vamos trabalhar para chegar aos 80%, 90% nos próximos dias e, se Deus quiser, dentro deste ano chegar a 100% da população vacinada em Mato Grosso do Sul.

Em relação as atividades que foram flexibilizadas, já era o momento?

GERALDO RESENDE Queremos que todas as atividades econômicas do Estado, que as adotem as normas de biossegurança dentro das regras preconizadas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual de Saúde e pelas regras internacionais. Para tanto, havemos de contribuir para que nenhuma delas sejam suprimidas. Além disso, temos que ter cautela porque esse vírus é perigoso e para que não tenhamos novas onda acontecendo aqui no Estado.

Na avaliação do senhor, a vacina contra a Covid fará parte do plano nacional de imunização?

GERALDO RESENDE Certamente. A vacina contra Covid deverá estar no rol das vacinas a serem disponibilizadas anualmente. Acredito que, ainda teremos que fazer doses de reforços em determinados grupos faixaetários regularmente, eu mesmo tomei as duas doses e a dose de reforço.

Quais as lições que a pandemia trouxe?

GERALDO RESENDE As lições de entender que uma doença como a Covid-19, e uma pandemia como essa, que começou lá na China e expandiu para todo mundo, tem que ser enfrentada coletivamente. Não podemos sobrepor nossa vontade individual ao coletivo. Uma doença para ser vencida, precisa ter a colaboração de todos. Em Mato Grosso do Sul conseguimos criar uma unidade com os prefeitos, com os secretários municipais e também com os secretários do governador Reinaldo Azambuja. Conseguimos que a classe empresarial nos ajudassem e conseguimos ter um apoio grande da população do Estado. Estou muito feliz porque conseguimos uma unidade que, de forma alguma, será quebrada e fará com que Mato Grosso do Sul seja referência nacional em vacinação.