Adolescente de 16 anos, que mora em Puerto Quijarro, cidade boliviana que fica a 15 km de Corumbá, está com suspeita da varíola do macaco, doença identificada com o Monkeypox. O jovem precisou ser internado na Santa Casa de Corumbá nesta segunda-feira (30).
Um dia antes, domingo (29) ele passou por atendimento no Pronto-socorro municipal, porém o quadro dele evoluiu e foi preciso atendimento avançado.
A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) foi notificada nesta terça-feira (31). A região de fronteira entre Brasil e Bolívia estava sob alerta porque na quarta-feira passada houve informação de que havia um caso suspeito em Santa Cruz de la Sierra.
O Departamento de Saúde do país vizinho fez comunicado oficial e cientificou os órgãos brasileiros. Além disso, o adolescente com sintomas semelhantes esteve na cidade de Santa Cruz na semana passada, para a realização de uma consulta médica.
"O adolescente esteve no dia 26 de abril em Santa Cruz de La Sierra, onde passou por uma consulta com um médico neurologista. O paciente fez uso do medicamento carbamazepina e, desde então, relata que após quatro dias da troca de marca do medicamento iniciou lesões avermelhadas/arroxeadas e lesões nos membros superiores evoluindo com disseminação para tronco e membros inferiores acometendo a boca e a região genital. Outras lesões inflamadas foram detectadas no couro cabeludo e tórax, além de febre (38,5ºC), ínguas na cervical, axilar e virilha", detalhou a SES, em nota.
Santa Cruz de la Sierra fica a cerca de 600 km de Puerto Quijarro e de Corumbá. Por conta dessa distância, quem vive no município boliviano costuma procurar auxílio de saúde no Brasil, a fim de obter um atendimento mais ágil e sem o deslocamento de horas.
O paciente chegou até Corumbá no dia 29 de maio, e passou por atendimento no Pronto-socorro municipal, que fica anexo à Santa Casa. Desde então, passou a ficar em isolamento. Neste dia 30, segunda-feira, ele precisou ser encaminhado para internação.
A SES divulgou que a mãe do adolescente explicou que o jovem não teve contato com pessoas que tivessem sintomas semelhantes, durante essa viagem a Santa Cruz. Ainda houve detalhamento que a sala de espera do médico boliviano não estava cheia e ninguém que aguardava apresentava sintomas que se assemelham à varíola do macaco.
"A Secretaria de Estado de Saúde informa que foram solicitados diversos exames para prosseguimento à investigação do caso. E ressalta que é fundamental a realização de investigação clínica e/ou laboratorial no intuito de descartar as doenças que se enquadram como diagnóstico diferencial, dentre elas, varicela, herpes zoster, sarampo, zika, dengue, Chikungunya, herpes simples, infecções bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis primária ou secundária, cancroide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso (poxvirus), reação alérgica (como a plantas)", detalhou.
Desde o surgimento do cenário da Monkeypox no mundo, o Ministério da Saúde emitiu Comunicação de Risco para a rede Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) no país, incluindo o CIEVS Mato Grosso do Sul.
O caso suspeito foi notificado ao CIEVS Nacional pelo CIEVS-MS e Gerência Técnica Estadual de Saúde Única de Mato Grosso do Sul, sendo uma ferramenta importante para que todo sistema de vigilância fique alerta e execute ações oportunas em caso de aparecimento de casos suspeitos.
O governo estadual recomendou que o uso de máscara e lavagem das mãos de forma recorrente sejam rotinas das pessoas para evitar o contágio da doença.