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Advogada presa por envolvimento com facção criminosa poderá obter prisão domiciliar

Kássia Brianez foi alvo da Polícia Federal, durante operação, e transferida para Campo Grande

Kássia  Brianez teria supostamente recebido e levado mensagens para alguns presos na capital federal, integrantes da organização criminosa, e que seriam seus clientes. - Divulgação/Rede Social
Kássia  Brianez teria supostamente recebido e levado mensagens para alguns presos na capital federal, integrantes da organização criminosa, e que seriam seus clientes. - Divulgação/Rede Social

A advogada presa em Três Lagoas, durante a operação ‘Anjos da Guarda’ da Polícia Federal, deverá cumprir prisão domiciliar. Isso porque Kássia Regina Brianez de Assis, de 41 anos, tem um filho que sofre com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e por ser criança é totalmente dependente dos cuidados da mãe. O pedido de prisão domiciliar foi feito pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),  subseção em Três Lagoas, e será apreciado pelo juiz federal Francisco Codevila, que atua na 15ª Vara Federal de Brasília (DF). O magistrado é quem determinou a prisão preventiva e a busca e apreensão no escritório da advogada após suspeita de envolvimento com integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Kássia foi presa pelos agentes federais dentro da residência, na manhã de quarta-feira (10), e teve o notebook e diversos documentos apreendidos. A equipe de reportagem do JPNews conversou com o advogado de defesa e ele confirmou que a acusada aguarda a análise do pedido de prisão domiciliar, em Campo Grande, no Presídio Militar, na ala dos advogados. A transferência para a capital ocorreu na tarde de quarta-feira após audiência de custódia, na sede da PF, em Três Lagoas.

Conforme trechos da denúncia, a advogada Kássia  Brianez teria supostamente recebido e levado mensagens para alguns presos na capital federal, integrantes da organização criminosa, e que seriam seus clientes. A advogada teria sido flagrada em conversas “por meios de códigos” que indicavam a soltura deles. Foi verificado, por exemplo, segundo a denúncia, que muitas conversas entre a advogada e os clientes se tratavam de habeas corpus ou recursos protocolados na Justiça. Porém, durante a investigação, que contou com as câmeras de segurança da penitenciária, nenhum dos recursos mencionados nas conversas existem.

Entenda a operação

A PF ainda cumpriu 11 outros mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão, no Distrito Federal (Brasília); Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Três Lagoas) e São Paulo (São Paulo, Santos e Presidente Prudente). De acordo com a PF, o plano contava com uma rede de comunicação estabelecida entre advogados, que extrapolavam as suas atividades legais, ao transmitir tanto as cobranças dos custodiados quanto os retornos das mensagens dos criminosos envolvidos no resgate.

Além do provável resgate dos presos, a organização criminosa pretendia sequestrar autoridades para conseguir a soltura de criminosos, dentre outras ações. Entre os detentos que seriam resgatados estão lideranças da facção como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Nota OAB-MS

Por meio de nota, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul, informou que está acompanhando as investigações e que todas as responsabilidades sejam esclarecidas, inclusive, encaminhou as informações pertinentes à Comissão específica e ao Tribunal de Ética e Disciplina.