Com mais de 123 mil habitantes em Três Lagoas, seria possível olhar para todos os homens da cidade e reconhecer quais deles já agrediram uma mulher na vida? A violência doméstica, que ocorre dentro e fora de lares três-lagoenses, está enraizada na cultura machista e patriarcal do brasileiro. É o que considera a delegada Nelly Macedo, responsável pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Três Lagoas. Para barrar as estatísticas, a campanha “Agosto Lilás” dissemina informação e acolhimento para as moradoras.
“Identificar um agressor de mulher não é tarefa simples. Na maioria dos casos, este criminoso não tem características aparentes como a arma em punho de um assaltante. Eles sequer possuem antecedentes criminais”, destaca Macedo.
As vítimas de violência doméstica nem sempre terão hematomas e cicatrizes no corpo, segundo a delegada. Os sinais, neste tipo de caso, estão ligados ao comportamento. Geralmente, o agressor quer controlar as redes sociais da companheira; interfere na roupa; humilha e até xinga a mulher na frente de outras pessoas. O agressor também pode ser ciumento e possessivo a ponto de determinar as escolhas do casal.
Vítimas podem denunciar para a Polícia Militar, no 190, ou no disque denúncia, 180. A Delegacia da Mulher e o CRAM, em Três Lagoas, também são referências no acolhimento dessas vítimas.