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Agronegócio

Agronegócio 4.0 é mais jovem e ligado às tecnologias

A idade média dos produtores rurais é de 46,5 anos, 3,1% menor do que há cinco anos revela levantamento

Campo terá uso cada vez mais frequente de novas tecnologias - Foto: Hiib
Campo terá uso cada vez mais frequente de novas tecnologias - Foto: Hiib

Em julho de 2017, exatamente um ano atrás, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – divulgou estudo chamado "Classificação e características dos espaços rurais e urbanos do Brasil – uma primeira aproximação". O levantamento revelou um país mais rural e menos urbano, embora 76% da população viva em áreas predominantemente urbanas e habitem apenas 26% do total de municípios brasileiros.

Já a ABMRA – Associação Brasileira de Marketing Rural –  realizou a sétima edição da pesquisa sobre os hábitos do produtor rural brasileiro. O estudo da associação entrevistou 2.835 agricultores e pecuaristas de 15 estados em todas regiões brasileiras e apontou o perfil desses produtores. Foram levantados dados demográficos, hábitos de compra dos participantes, envolvimento com novas tecnologias e mídias, fontes de informação, compra e uso de insumos.

Fato revelador da pesquisa quanto a idade média dos produtores, mostra que atualmente é de 46,5 anos, 3,1% menor em relação ao estudo feito em 2013. O levantamento revela também que 21% desses produtores possuem curso superior; agronomia (42%), veterinária (9%) e administração de empresas (7%).

Esse “novo” produtor rural é usuário de drones, GPS, aplicativos de celular e máquinas operadas sem a necessidade da mão-de-obra humana, ou seja, há uma maior conectividade e uso dessas “ferramentas digitais” no agronegócio. Isso é atraente para os jovens e se torna um dos principais motivos para que eles queiram permanecer no campo uma vez que têm contato com o mundo virtual.

A imagem do produtor rural não é mais aquela do Jeca Tatu de Monteiro Lobato ou Mazzaropi, o agro está na Bolsa de Valores, está na mídia e vem mostrando cada vez mais sua importância. Para se ter uma noção, em 1994, o Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário foi de US$ 35 milhões. Em 2016, o valor foi de US$ 1,8 trilhão.

Mais conectados
Sobre o uso de smartphones, por exemplo, é usado por 61% dos produtores rurais. No levantamento anterior, o percentual era somente de 17%. Além disso, em torno de 75% dos produtores têm acesso à internet e usam redes sociais. Destes 96% usam WhatsApp; 67% Facebook; 24% YouTube ainda o Telegram e Twiter. Os produtores rurais estão cada vez mais conectados à rede mundial e seus aplicativos.

Presença feminina
Outro aspecto destacado pelo estudo da ABMRA e do IBGE foi a presença da mulher em funções de decisão nas propriedades rurais. Houve um grande crescimento desde 2013 de 10% para 31%.

Atualmente, de acordo com a 7ª edição da pesquisa "Hábitos do Produtor Rural", um terço das propriedades têm mulheres na tomada de decisões. Já no que se refere à exposição dos produtores rurais aos meios de comunicação, verificou-se que a televisão é mesmo o veículo mais usado, em seguida vem o rádio e a internet. Jornais e as revistas apresentaram queda em relação à edição de 2013.

O levantamento também apontou que 68% dos produtores se dizem otimistas em relação à sua atividade e 91% diz ter orgulho de trabalhar na área rural. Um percentual de 50% dos entrevistados ainda ressaltou que o cidadão urbano precisa conhecer mais sobre a realidade da população rural, bem como suas dificuldades.

Números do crescimento
O crescimento do agrosetor foi de 13% em 2017 e responsável por 70% do crescimento de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Esse é o melhor resultado anual da série histórica, iniciada em 1996. O estudo do IBGE, divulgado março deste ano, apontou que a soma total da produção das riquezas nacionais em 2017 ficou em R$ 6,559 trilhões.

Ainda segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística esse resultado positivo da agropecuária foi puxado pelo recorde das safras de milho e soja – o primeiro teve crescimento de 55,2% no ano e o segundo registrou 19,4% de aumento na produção em 2017, quando comparado a 2016.

https://www.ibge.gov.br/apps/rural_urbano/
http://www.abmra.org.br/2016/index.php/pesquisa-abmra/