Atualmente, a água resultante do tratamento do esgoto urbano é despejada em rios e córregos, após exames laboratoriais atestarem que não oferece mais risco à vida aquática, embora ainda não possa ser considerada potável. Só em Campo Grande, as Estações de Tratamento de Esgoto Sanitários (ETEs) tratam 1.700 litros de água por segundo. A partir da normatização do reuso, essa água poderá ser aproveitada pela indústria, em atividades agrossilvopastoris, para fins ambientais e outras utilidades no meio urbano.
O Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) irá publicar nos próximos dias uma resolução, estabelecendo as diretrizes, modalidades e procedimentos para a reutilização direta de água não potável, proveniente de Estações de Tratamento de Esgotos Sanitários (ETE) de sistemas públicos e privados.
Sobre este assunto, a rádio CBN Campo Grande conversou na manhã desta quarta-feira (12), com o diretor-presidente da ambiental MS Pantanal, Celso Paschoal. “É um passo muito importante, onde o estado regulamenta a água de reuso. Mato Grosso do Sul deu esse passo importante que é regulamentar para estimular que as empresas que estão no setor possam trazer ideias e projetos. Isso é sustentabilidade”, disse.
Celsa ressalta que a água de reuso não é para ser ingerido e, sim, utilizada para outras finalidades. “A água será reutilizada em processos industrias, processos de limpeza, processos não tão nobres quanto utilizar para o fim potável. Mas, pensando a longo prazo podemos chegar sim a utilizar como fim potável. Já existem tecnologias e aplicação no mundo para esse nível de potabilidade”, comenta.
No Brasil o reuso de água de esgoto sanitário urbano ainda é baixo. Segundo estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) feito em 2018, menos de 1% da oferta de água era proveniente de efluentes tratados. Em Israel, por exemplo, esse índice é de 70%.
Veja a entrevista completa: