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Três Lagoas

Albergue recolhe moradores de rua nestes dias de frio

Mais de dez pessoas foram convidadas para irem ao albergue, mas nem todas aceitaram

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Nesta semana em que os termômetros registram temperatura muito baixa em Três Lagoas, chegando registrar, durante a madrugada até 1ºC, de acordo com dados o Inmet/Uniderp, uma equipe multidisciplinar composta por assistência social, psicóloga, entre outros profissionais, do Albergue Municipal Padre Angel Sánchez, percorreu os principais pontos da cidade onde moradores de rua costumam passar a noite. O grupo, segundo o coordenador do albergue, Dirceu Meneguele, recolheu seis pessoas.

Cerca de 12 pessoas, todas do sexo masculino, foram localizadas na antiga Estação Ferroviária, Rodoviária e em trechos da avenida Ranulpho Marques Leal. Porém, deste total, somente seis deles aceitaram ir para o albergue, sendo que, dois homens são moradores de Três Lagoas, a família foi localizada e prontificou-se a buscá-los. Os demais continuam no albergue, embora o albergue seja uma casa de passagem, segundo Meneguele, mas por conta das baixas temperaturas foi aberta exceção neste período de dias frios. 


Para as pessoas que não aceitaram ir para o albergue a equipe doou cobertores. “Assim, eles podem se aquecer nestas noites frias”, disse Meneguele.  E continuou: “Muitos deles não gostam de ir para o albergue porque não se adaptam as regras da instituição, entre elas, de cuidados com a higiene pessoal, além da proibição da ingestão de bebida alcóolica. Infelizmente, alguns já se acostumaram a viver nas ruas”, falou.


Conforme o coordenador, a equipe continuará a buscar pessoas desabrigadas pelas ruas e avenidas da cidade, constantemente. “Nosso objetivo é que Três Lagoas não tenha pessoas morando nas ruas”, frisou. 


CAPACIDADE
Em funcionamento desde 2009, o albergue atende moradores de rua e pessoas que se encontram de passagem pela cidade a partir dos 18 anos. Entretanto, segundo a equipe do albergue, a maior incidência de albergados é de pessoas de 22 a 50 anos. A instituição tem capacidade para acomodar 34 pessoas de ambos os sexos, sendo que 29 encontyra-se albergadas. Entre os atendimentos, destaca-se o encaminhamentos para o mercado de trabalho, fornecimento de passagens, condições de retorno à família, encaminhamentos às unidades de saúde para os tratamentos urgentes, repouso, higiene pessoal e alimentação. 
 
Grupo de amigos doa agasalhos à comunidade carente
Um grupo de amigos liderado pelo fotógrafo, Arthur Freire, mobilizou uma campanha para arrecadar cobertores e agasalhos para serem doados aos moradores de rua. A mobilização foi realizada através da rede social na internet, no último dia 24. Segundo Freire, em menos de 24 horas, eles arrecadaram, aproximadamente, 15 cobertores, sendo 10 usados e cinco novos, e dezenas de agasalhos masculino, feminino e infantil.


Na última quinta-feira, por volta das 18h, o grupo saiu para distribuir o material. Na antiga Estação Ferroviária foram informados pelos moradores que uma equipe do albergue já havia passado no local e distribuído cobertores. Em seguida, o rupo resolveuir até a periferia da cidade e no bairro Jardim das Violetas doaram para mais de dez famílias os agasalhos arrecadados.


Na avalição de Freire, a ação desenvolvida foi um trabalho muito gratificante. “É bom ajudar o próximo, porém, teve uma cena que me chamou a atenção. Na casa de uma senhora, mãe de cinco crianças, ao receber a doação ela chorou de emoção. A mulher, ainda contou, que trabalha, mas o salário de R$ 900 é gasto com alimentação, água e energia, e que não dinheiro sobra para comprar roupas e agasalhos”, relatou.
A ideia de promover a campanha surgiu quando o fotógrafo viu na mídia uma reportagem sobre pessoas que morrem por conta do frio. “Este fato me motivou a desenvolver esta arrecadação de agasalhos”, disse Freire, que deseja promover outras mobilizações, em breve.