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Aluna de escola indígena fica em 1° lugar em vestibular para Medicina

Jovem foi aprovada em dois vestibulares

Dara Ramires Lemes é da aldeia Tey’kuê, em Caarapó - Linea Martins/SED
Dara Ramires Lemes é da aldeia Tey’kuê, em Caarapó - Linea Martins/SED

A jovem indígena da aldeia Tey’kuê, em Caarapó, Dara Ramires Lemes, 19 anos, estudante da Escola Estadual Indígena Yvy Poty, passou, neste mês, em primeiro lugar em dois vestibulares para Medicina. Ela foi aprovada na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, e na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), no interior de São Paulo. “Estou muito feliz, pois estudei de oito a dez horas por dia, durante um ano, para conquistar isso. Minha ficha ainda não caiu, mas acredito que só vai cair quando eu estiver lá na universidade”, conta a jovem.

No Enem, Dara alcançou 760 pontos na redação. “Desde criança estudei na escola indígena, sempre fui esforçada e os professores nunca me negaram ajuda. Sempre que tinha dúvidas eles me ajudavam e hoje eu devo o resultado dos vestibulares a eles também, pois se não fosse a disponibilidade e paciência deles talvez eu não teria ficado em primeiro lugar”, disse.

Dara já decidiu cursar Medicina na Ufscar e diz que seu maior objetivo é terminar o curso e voltar para Caarapó e ajudar sua comunidade. Ela explica que há necessidade de médicos que falam a língua Guarani dentro da aldeia. “Nós indígenas temos uma dificuldade muito grande de se comunicar com o branco (sic)”, explica. Ainda segundo a jovem, com sua presença na aldeia, como médica, ela poderá ajudar mais os índios, pois entenderá claramente qual doença está afligindo-os, além disso ela terá uma facilidade maior de comunicação com eles, pois ela já fala a língua e sua família é de lá.