O governo angolano pretende procurar reservatórios de água subterrâneos em áreas de deserto para reduzir os efeitos dos sucessivos períodos de estiagem que têm afetado, sobretudo, o Sul do país.
A informação foi dada pelo ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, na 59ª sessão da Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica, que ocorre desde ontem (14) em Viena, na Áustria.
"Angola enfrenta também problemas geológicos, como a erosão dos solos e períodos cíclicos de estiagem em áreas de deserto", disse o governante ao participar da reunião.
Borges admitiu a necessidade de obter o apoio da agência no setor de assistência técnica, para a redução da erosão dos solos e a pesquisa de lençóis de água no deserto.
A estiagem no Sul de Angola tem se agravado desde 2011. O governo passou a ter que distribuir alimentos, devido à destruição de culturas pela seca, e a fazer captações alternativas de água para ajudar a população.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) considerou, em junho, que é provável que a má nutrição aguda em Angola tenha aumentado nos últimos três anos devido à estiagem em algumas províncias.
Em julho, só no Cunene, o governo angolano tinha identificado 755.678 pessoas afetadas pela seca que atinge a província, bem como 508.483 cabeças de gado que corriam o risco de morrer em consequência da situação.
Na mesma província foi detectado, há algumas semanas, o caso do município do Curoca, em que mais de 40 mil pessoas necessitavam de ajuda alimentar e de água devido à seca. A população recorre ao apoio da vizinha Namíbia.