Nesta semana uma cena chamou atenção dos moradores do bairro Interlagos, em Três Lagoas. Uma anta andava pelas ruas do bairro, região onde estão as lagoas que dão nome a cidade. O animal silvestre de quase dois anos, segundo os moradores, percorreu algumas ruas até que moradores conseguiram encaminhá-lo para uma propriedade rural. A Polícia Militar Ambiental foi acionada, mas a anta já não estava mais no Interlagos.
Capivaras, jacarés, araras e tucanos, são comuns no perímetro urbano de Três Lagoas. Volta e meia, tamanduá-bandeira, também é visto passeando pela cidade. Agora, anta, não é comum.
Embora atraentes pela beleza, o que chama muito a atenção dos moradores e principalmente de quem vêm de outras cidades, os animais silvestres não deveriam ser comuns na cidade. Segundo ambientalistas, isso é reflexo do desenvolvimento do município e desmatamento. Nos últimos anos houve expansão de florestas de eucaliptos plantas na região, o que contribui para a falta de alimentos desses animais na zona rural, fazendo com que muitos passem a habitar na cidade.
Em decorrência dessa quantidade de animais silvestres, infelizmente, muitos sendo atropelados nas rodovias. Por esse motivo, foi projetado para a cidade, a construção de um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). A construção começou em 2015 e, até hoje, não foi concluída.
O centro tem como objetivo receber animais silvestres em situação de risco ou acidentados. O local foi projetado para realizar os primeiros atendimentos aos animais e a triagem necessária para que sejam soltos diretamente na natureza ou encaminhados para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande.
O número de acidentes envolvendo animais silvestres em Três Lagoas é considerado alto. Em razão do plantio de eucalipto no município, muitos animais acabam cruzando as rodovias e são atropelados. As obras foram iniciadas com recursos de compensação ambiental em razão da instalação de indústrias na cidade. Mais de R$ 800 mil foram investidos no local. Em 2018, a Promotoria do Meio Ambiente e Conselho Municipal do Meio Ambiente decidiram que recursos de condenações por crimes ambientais cometidos em Três Lagoas seriam aplicados na finalização da obra, mas até hoje isso não ocorreu.
Procurado, até o fechado desta edição, o Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), não informou qual a previsão de retomada da obra