Antes mesmo da notícia de que o prédio da antiga escola do Sesi de Três Lagoas pode ser demolido, a direção da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), já havia protocolado um ofício na sede do Sesi do município, solicitando a cedência do espaço para abrigar a estrutura da entidade.
Segundo o presidente da entidade, Nelson Silva Torres, a ideia seria que o prédio do antigo Sesi abrigasse a escola da Apae, o Centro de Reabilitação e o projeto Apae Rural. Atualmente, a entidade tem 250 alunos e o prédio atual que funciona na rua Generoso Siqueira, de acordo com Torres, não comporta ampliar esse número. Sem contar que, os estudantes e funcionários já estão em um espaço “apertado”.
Em razão da falta de espaço, Nelson informou que parte dos alunos estão tendo que ficar no projeto Apae Rural, que não dispõe de piscina e toda estrutura necessária para a inclusão dos alunos.
O imóvel do Sesi, conforme o presidente, também seria ideal para abrigar toda a estrutura do Centro de Reabilitação (CER 2), que atende pacientes com deficiência intelectual, como os autistas, pessoas com hiperatividade e os deficientes físicos, pacientes que sofreram AVC, entre outros problemas neurológicos. Segundo a coordenadora do CER 2, Priscila Carvalho, cerca de 400 pacientes de Três Lagoas e região são atendidos no Centro de Reabilitação. E existe uma fila de espera de mais de 100 pessoas aguardando por vaga. Muitas delas, crianças autistas que precisam de um tratamento e acompanhamento mais demorado.
O CER 2 funciona em um prédio na avenida Filinto Muller, Centro. O local não comporta ampliação e é considerado pequeno para a demanda de pacientes e estrutura necessária para a realização dos atendimentos e atividades, como fisioterapia. A coordenadora destaca que esse atendimento é fundamental no processo de reabilitação dos pacientes. “Existe uma necessidade muito grande de ter mais profissionais e um espaço maior para a implantação de outros projetos e mais atendimentos oferecidos no Centro”, ressalta.
O CER 2 conta com uma equipe multiprofissional, de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos, enfermeiros, médicos ortopedista e neurologista, assistente social e terapeuta ocupacional, além da rede de apoio que engloba, motoristas e funcionários do setor administrativo.
A coordenadora destaca a importância do tratamento para quem sofre AVC, por exemplo. “O paciente precisa passar por uma reabilitação e o período para ele ser recuperado é entre seis meses e um ano, após isso, não é tão benéfico. Por isso, que é importante o paciente conseguir o tratamento dentro deste período e a gente tenta fazer o possível para atender toda população”, explica.
O presidente da Apae diz que tem procurado um novo espaço para abrigar o CER 2, mas não tem sido fácil encontrar, sem contar que, segundo ele, o aluguel em Três Lagoas é caro. Por isso, entende que a estrutura do prédio da antiga escola do Sesi seria ideal para atender a demanda da Apae escola e do Centro de Reabilitação. “Quando fiquei sabendo da notícia da demolição, a casa quase caiu na minha cabeça, porque nunca imaginei que esse prédio fosse ser demolido e não entendia o por que estava desocupado. Um prédio desse, com essa estrutura, poderia ser utilizado por tantas entidades. Um imóvel de R$ 6 milhões ser colocado abaixo, é triste. Espero que eles cedam para a Apae. A estrutura daquele prédio foi muito bem feita. Vão acabar com a história da cidade”, lamentou o presidente da Apae.