Ainda distante da meta de vacinar 95% das crianças menores de 5 anos de idade – cerca de 11,5 milhões – contra a poliomielite no país, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez novo apelo nesse domingo (6), para que os pais ou responsáveis levem suas crianças às salas de vacinação.
Até o momento, a taxa de vacinação contra a doença no país está inferior a 70%. Em Campo Grande, foram vacinadas 23.796 crianças de 1 a 4 anos, isso representa 44% do público estimado em 54,7 mil crianças nesta faixa-etária.
A Campanha Nacional de Vacinação encerrou no último dia 31 de outubro, mas de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) as doses continuam disponíveis em todas as unidades de Saúde de Campo Grande. Os pais podem levar os filhos para vacinar das 7h30 às 16h45.
A médica infectologista, Dra. Priscilla Alexandrino, faz um apelo aos pais para vacinarem seus filhos contra a poliomielite, uma doença que pode levar até a óbito.
“A poliomielite é uma doença extremamente grave. Foi erradica no Brasil há mais de 30 anos e está novamente preocupando as autoridades de saúde, considerando a baixa taxa vacinal menos de 50% no calendário vacinal infantil. Nós estamos fazendo o apelo para que os pais levem as crianças para seguir o calendário vacinal para que a gente possa ficar novamente em uma situação contável e livre dessa doença que pode levar a sequelas graves como paralisia de membros inferiores e até óbito”, afirmou.
Paralisia infantil
A poliomielite, também chamada de "paralisia infantil", é uma doença infectocontagiosa transmitida por um vírus. Ela é caracterizada por um quadro de paralisia flácida.
O início é repentino e a evolução do déficit motor ocorre, em média, em até três dias. A doença acomete, em geral, os membros inferiores, de forma assimétrica, e tem como principal característica a flacidez muscular.
De acordo com a Fiocruz, a doença é causada pelo poliovírus, "que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia".
Transmissão
A transmissão ocorre pelo contato direto com uma pessoa infectada, pela via fecal-oral (objetos, alimentos e água contaminados com fezes de pacientes) ou pela via oral-oral (gotículas de secreção ao falar, tossir ou espirrar. A falta de saneamento, as más condições habitacionais e hábitos de higiene pessoal precários são fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.
Sintomas
Os sintomas mais frequentes da doença são febre, mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta e dor no corpo, além de vômitos, diarreia, constipação (prisão de ventre), espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves, instala-se a flacidez muscular que afeta, em regra, membros inferiores.
Sequelas
As sequelas da doença estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus. Normalmente, são sequelas motoras e que não têm cura. As principais são: problemas nas articulações; pé torto; crescimento diferente das pernas; osteoporose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição; dificuldade para falar; atrofia muscular e hipersensibilidade ao toque.
Prevenção
A vacinação é a única forma de prevenção da pólio. Todas as crianças menores de 5 anos devem ser imunizadas conforme esquema de vacinação de rotina e também por meio das campanhas anuais. O esquema vacinal consiste em três doses da vacina injetável (aos 2, 4 e 6 meses de vida) e duas doses de reforço com a vacina oral bivalente, conhecida como gotinha.