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Área destinada ao agronegócio aumenta 5%

Informações preliminares do Censo Agro 2017 mostram maior ocupação de terras com a produção agropecuária no país

Homem do campo usa mais a internet para se comunicar - Divulgação
Homem do campo usa mais a internet para se comunicar - Divulgação

Desde outubro do ano passado, e pela décima vez, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) realiza um mapeamento do setor rural brasileiro.  O último foi em 2006. Quase 20 mil recenseadores foram contratados para visitar mais de cinco milhões de propriedades rurais em todo o país, com 350,2 milhões de hectares, para a elaboração de um levantamento de informações sobre a área, a produção, características do pessoal ocupado, uso de irrigação e de agrotóxicos, entre outros temas. 

Em comparação ao Censo Agro 2006, o IBGE apurou que houve crescimento de área de 5% (16,5 milhões de hectares, o equivalente a área do Estado do Acre) apesar da redução de 2% no número de estabelecimentos (103.484 unidades). Entretanto, quando se excluem os produtores sem área, há aumento de 74.864 locais em produção. Ressalta-se, ainda, que diferenças metodológicas contribuíram para que total de produtores sem área caísse de 255.019, em 2006, para 76.671 em 2017.

Em 2017, havia 15.036.978 pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários.

Em 11 anos, isso representa uma queda de 1,5 milhão de pessoas. A média de ocupados por estabelecimento também caiu de 3,2 pessoas, em 2006, para 3 pessoas, em 2017. O número de tratores, porém, cresceu 49,7% no período e chegou a 1,22 milhão de unidades. Em 2017, cerca de 730 mil estabelecimentos utilizavam tratores.

Destaca-se, ainda, que 1.681.001 produtores utilizaram defensivos agrícolas em 2017, um aumento de 20,4% em relação a 2006. O uso de irrigação também se ampliou, com aumento de 52% tanto em estabelecimentos (502.425) quanto em área (6.903.048 hectares). 

O acesso à rede mundial de computadores cresceu de modo gigantesco, no campo, passando de 75 mil em 2006 para 1,4 milhão  de produtores que declararam ter acesso em 2017. O aumento foi de 1.790%.

 Sobre educação, 15,5 % dos produtores disseram nunca ter frequentado escola e 79,1% não foram além do nível fundamental. 1.163.354 produtores (23,05%) declararam não saber ler e escrever; apenas 0,29% dos produtores (14.449) frequentaram mestrado ou doutorado, enquanto outros 5,58% (281.606) cursaram ensino superior. 

MULHERES

Aumentou ainda a participação das mulheres e idosos acima de 65 anos na direção dos estabelecimentos, chegando a 18,6% e 21,41%, respectivamente. Em 2006, as mulheres representavam 12,7% dos produtores e os idosos, 17,52%. 

Pretos e pardos – Pela primeira vez, o Censo Agro investigou a cor ou raça dos produtores: 52% deles eram pretos ou pardos e 45% eram brancos, distribuição semelhante à da população do país, segundo a PNAD Contínua 2017.

Entre os endereços visitados, apenas 6.582 (ou 0,13%) não responderam ao Censo Agro 2017. Os resultados apresentados na divulgação preliminar ainda não incluem cerca de três mil questionários que estão passando por processo de validação e 1.213 estabelecimentos de coleta especial, isso inclui empresas e grandes produtores.