A rmadilhas em 20 residências no bairro Vila Alegre, em Três Lagoas, foram instaladas nesta semana. O serviço é realizado pelo setor de Entomologia da Secretaria Municipal de Saúde e tem por objetivo verificar o índice de infestação dos flebótomos, que são os transmissores da leishmaniose visceral, em humanos.
De acordo com a bióloga Geórgia Medeiros de Castro Andrade, o levantamento vem ocorrendo no bairro há seis meses e servirá de base para o estudo futuro – que será estendido aos bairros vizinhos Santa Rita e Santa Júlia – com o encoleiramento de cães contra a leishmaniose. A meta, segundo o setor, é que das 20 residências voluntárias, 10 estejam na região de controle onde os animais não receberão a coleira e as outras 10, os pets receberão o equipamento de proteção, dessa forma, com base nos índices de infestação, será possível medir a eficiência desse tipo de mecanismos.
O processo de encoleiramento dos cães será feito no início de 2022. “No momento, estamos com as armadilhas montadas por três dias em cada residência, sendo que montamos no final do dia, ao entardecer, e retiramos os mosquitos capturados no início da manhã”, explica a bióloga.
Levantamento parcial do estudo mostra que, até o momento, as equipes conseguiram capturar 153 fêmeas e 926 machos da espécie Lutzomya longipalpis, sendo que fêmeas, que são as transmissoras da doença, estão sendo enviadas para análise no laboratório da Universidade Federal da Grande Dourados, por meio de uma parceria. “O monitoramento permitirá uma ampla visão sobre quais tipos de leishmanias estão circulando em nosso município e, com isso, criar medidas de prevenção e combate mais efetivas”, aponta Geórgia Medeiros.
SURTO
Três Lagoas registrou 16 casos (15 visceral e dois tegumentar), além de dois óbitos de leishmaniose visceral em humanos neste ano. O índice representa um aumento de 433% em relação ao ano passado.