Ao final de um processo eleitoral há sempre muito o que perceber, avaliar e concluir. Independente da lógica segundo a qual as vitórias têm excesso de paternidade, enquanto as derrotas jazem órfãs na beira do caminho, há recados que não podem ser desconhecidos ou ignorados por vencedores, vencidos e pelo eleitorado, fielmente retratado nas urnas.
Há eleições em que os sentimento de mudanças é tão forte que o escolhido, segundo senso comum, não é um nome bem preparado para a função. E, nesses casos, não se deve pensar que a escolha foi mal feita ou contaminada pela emoção apenas. É mais correto, prudente e pragmático concluir que todos devem mudar, rever práticas e conceitos, sob pena de voltarem a ser surpreendidos adiante por reações semelhantes da maioria.
Em outras oportunidades, a opção por um nome experiente de longa trajetória pode em principio que a sociedade deseja a continuidade que as mudanças devem ficar em segundo plano, quando melhor seria que todos prestassem atenção na exigência silenciosa mas firme de uma sociedade que deseja competência, dedicação e condena os amadorismos demagógicos.
Cada caso é sempre um caso. Nenhum é igual ao outro. São situações, locais e eleitores distintos, movidos por sentimentos e carências peculiares.
Por isso mesmo, ao final, cabe ao vencedor entender sua vitória como resultado de anseios muito claros que não podem ser abandonados. Não há festa que se justifique ou celebração que faça sentidoe se não vierem acompanhadas dos claros alertas das urnas quanto ao que desejam e exigem os eleitores.
Os tempos em que uma eleição se esgotava em si mesma está cada vez mais distante. Hoje, ao contrário, elas encadeiam-se umas nas outras, enquanto os eleitores, cada dia melhor esclarecidos e mais exigentes, poem-se atentos a tudo, inclusive ao que vem depois da posse ou do início de um novo mandato.
O ritmo e a intensidade do trabalho, o resultado e os efeitos positivos precisam estar claros e acontecer logo. A pressa, neste caso, é a que foi criada pela própria disputa e, ao contrário de outros tempos não será trocada pelo marasmo das entressafras eleitorais.
Agora e cada vez mais, o trabalho é o que conta. E conta muito. É dele que se verá afinal se os novos ou renovados gestores entendem os sinais destes novos tempos.
Anova reallidade democrática traz um perfil novo ele eleitor/cidadão. Atento e informado, crítico e independente, ele espera contar com o poder público muito mais como parceiro que como provedor, ainda que a asssitência, sobretudo aos sertores mais carentes continue merecer prioridade considerando a dívida social que a desigualdade só faz aumentar.
Essa nova realidade o voto apontou, e vai seguir apontado nos passos seguintes dos gestores e representantes populares.