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Três Lagoas

Assessor dividia propina com diretor de hospital em MS, diz Polícia Federal

Imagens mostram assessor fazendo operação em agência bancária

Imagens do circuito interno de segurança de uma agência bancária em Campo Grande, gravadas no dia 10 de agosto de 2012, mostram o atendente do banco entregando vários maços de dinheiro a um homem, que em seguida repassa a Antônio Carlos Canteiro Dorsa, conhecido como Cacaio. Ele é primo e assessor do ex-diretor do Hospital Universitário, José Carlos Dorsa Vieira Pontes, investigado na operação Sangue Frio, uma ação conjunta da Polícia Federal, Controladoria-Geral da União, Ministérios Públicos Federal e Estadual. Para a polícia, Cacaio recebia propina de fornecedores e dividia com Dorsa.

O assunto foi abordado pelo Bom Dia MS desta segunda-feira (6), durante entrevista com a chefe da Controladoria-Geral da União em Mato Grosso do Sul, Janaína Gonçalves. Segundo as investigações, Cacaio também era funcionário de uma empresa que prestava serviços ao hospital, e duas operações foram feitas no atendimento registrado pelas câmeras. Um saque de R$ 48 mil e um depósito de R$ 4 mil na conta de Cacaio. De acordo com a Polícia Federal, era em operações como essa que Cacaio recebia propina.


Em março, a operação Sangue Frio recolheu documentos e afastou das funções o então diretor do Hospital Universitário, José Carlos Dorsa, e o diretor, à época, do Hospital do Câncer, Adalberto Siufi.


As investigações, que ainda não foram concluídas, já revelaram supostos desvios de dinheiro do Sistema Único de Saúde e fraudes em licitações. Janaína afirmou que o órgão já produziu um relatório identificando diversas falhas nas contratações e possível desvio de recursos. Questionada sobre a possibilidade de devolução da verba desviada aos cofres públicos, a chefe da CGU disse que a tarefa é muito difícil. "O ideal é que tivéssemos condições de levantar todos os recursos que efetivamente foram desviados, mas isso é praticamente impossível", afirma.