Para o presidente da Associação dos Corretores de Imóveis de Três Lagoas, Antônio Alves de Souza, o Toninho, a cidade continua tendo um crescimento desordenado. Ele afirma que a Prefeitura já deveria ter proibido a abertura de novos loteamentos até que os espaços vazios, na área mais central da cidade, fossem preenchidos.
Três Lagoas
Associação defende proibição de novos loteamentos
Presidente da Associação dos Corretores de Imóveis diz que é preciso acabar com espaços vazios
Toninho afirma que a administração municipal tem contribuído para a criação de bolsões de terrenos baldios, quando permite a abertura de novos loteamentos, em áreas afastadas da região central. Para ele, isso representa um grave problema, já que bairros mais antigos da cidade ainda não dispõem de infraestrutura, como asfalto e rede de esgoto, por exemplo.
O presidente da associação ressalta que falta um planejamento para a expansão urbana de Três Lagoas. “A expansão urbana tem que acontecer com muito critério, senão vira uma cidade horizontal, o que encarece os gatos para o poder público, que tem de ampliar o serviço de coleta de lixo, de saúde, educação, entre outros. A expansão desordenada provoca muitos problemas”, destacou.
Toninho afirma que a revisão do Plano Diretor deveria ter sido mais debatida. Segundo ele, não foi inserido no documento um planejamento sobre a expansão urbana. “Falta gestão em Três Lagoas. Já deveria ter sido criada uma lei proibindo, pelo prazo de dez anos, a criação de novos loteamentos, até que os terrenos baldios na área central fossem ocupados. Isso não aconteceu”, ressalta.
De acordo com o Setor de Tributação da Prefeitura, atualmente, Três Lagoas conta com 58.982 imóveis. Destes, 34.183 não são edificados e 24.799 são ocupados.“Existem terrenos enormes, com seis alqueires, por exemplo, em área central. Isso não pode, é um absurdo. Atrás do estádio Madrugadão também, existe um espaço vazio enorme. Enquanto nesses locais não tem asfalto, em outros bairros novos, mais distantes, tem”, exemplifica Toninho.
Com o objetivo de acabar com esses espaços vazios na área central, a Prefeitura encaminhou na última terça-feira, projeto de lei para a Câmara Municipal, que visa à implantação do IPTU Progressivo. A intenção do projetoé acabar com os espaços vazios no perímetro urbano, obrigando os proprietários dos terrenos baldios a construir ou pagar o valor correto do imposto.
Caso o proprietário não adeque sua propriedade, o município poderá aumentar progressivamente a alíquota do IPTU sobre o imóvel nos próximos cinco anos, até chegar ao teto de 15%. “Acho que a Prefeitura está de parabéns pela iniciativa, mas entendo que ainda é pouco. A administração municipal tem que incentivar os proprietários a construírem, dando isenção de IPTU por um período. Se o proprietário não construir, tem que ser penalizado. Além disso, tem que indicar os locais para a construção. É preciso ainda incentivar a construção de edifícios em Três Lagoas”, observa Toninho.