O atleta três-lagoense André Luiz Barroso Filho, de 19 anos, acaba de ser pré-convocado para a Seleção Brasileira Juvenil de Bocha Adaptada. André pratica bocha há quatro anos e já participou do Campeonato Brasileiro Escolar, no qual ficou com o 3º lugar em 2011 e foi o campeão em 2012.
Três Lagoas
Atleta da Apae é convocado para a Seleção de Bocha
André Luiz é campeão brasileiro de bocha adaptada e tem grandes chances de disputar a Paralímpiada 2016
O atleta permanecerá entre os dias 15 e 17 do próximo mês à disposição da seletiva. No total, são 18 atletas dos quais serão selecionados 12 para a competição que acontecerá na Argentina. André participa na categoria BC-1 e segue treinando forte para as competições de que vai participar neste ano. Os treinos são realizados todos os dias na sede da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), de Três Lagoas.
Sempre alegre e ao mesmo tempo concentrado, André diz que está muito feliz e treinando bastante. “Não vai ser fácil, mas o esporte é tudo para mim. Se não fosse a bocha, eu não iria fazer nada”, disse ele.
Além de seletiva para a competição na Argentina, André participa neste mês do Campeonato Regional em Uberlândia, evento esportivo em que, dependendo da colocação, poderá se classificar para o Campeonato Brasileiro Adulto.
Segundo o professor Roney Ferreira de Araújo, treinador da equipe, André tem chances, inclusive, de disputar as Paralimpíadas 2016 que acontecerão no Brasil.
O ESPORTE
A bocha estreou no programa paralímpico oficial em 1984, na cidade de Nova Iorque, com disputas individuais no feminino e masculino. Em Atlanta (1996), foi incluído o jogo de duplas. A primeira medalha paralímpica brasileira veio no Lawn Bowls, um tipo de bocha na grama. Róbson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” ganharam prata em 1972, nos Jogos de Heidelberg, na Alemanha.
Competem na bocha paralímpica paralisados cerebrais severos que utilizem cadeira de rodas. O objetivo do jogo é lançar bolas coloridas o mais perto possível de uma bola branca chamada de jack (conhecida no Brasil como bolim). É permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio para atletas com grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. Há três maneiras de se praticar o esporte: individualmente, em duplas ou equipes.
Antes de começar a partida, o árbitro tira na moeda (cara ou coroa) o direito de escolher se quer competir com as bolas de couro vermelhas ou azuis. O lado que escolhe as vermelhas inicia a disputa, jogando primeiro o jack e uma bola vermelha. Depois, é a vez da bola azul entrar em ação. A partir disso, os adversários revezam-se a cada lance para ver quem consegue posicionar as bolas o mais perto possível do jack. As partidas ocorrem em quadras cobertas, planas e com demarcações no piso. A área de jogo mede 6m de largura por 12,5m de comprimento.
Para ganhar um ponto, o atleta tem de jogar a bola o mais próximo possível do jack. Caso esse mesmo jogador tenha colocado outras esferas mais próximas do alvo, cada uma delas também vale um ponto. Se duas bolas de cores diferentes ficam à mesma distância da esfera branca, os dois lados recebem um ponto. Vence quem acumula a maior pontuação.
As partidas são divididas em ends, que só terminam após todas as bolas serem lançadas. Um limite de tempo é estabelecido por end, de acordo com o tipo de disputa. A contagem começa quando o árbitro indica quem fará o lance até quando a bola para. Nas competições individuais, são quatro ends e os atletas jogam seis esferas em cada uma deles. Nas duplas, os confrontos têm quatro partes e cada atleta tem direito a três bolas por período. Quando a disputa é por trios, seis ends compõem as partidas. Nesse caso, todos os jogadores têm direito a duas esferas por parte do jogo.
No Brasil, a bocha é administrada pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE).