Vinte e quatro atletas de luta de braço de Três Lagoas, que conseguiram vaga para disputar a 3ª Etapa do Campeonato Brasileiro da modalidade, realizado no último final de semana, na cidade de Caxias do Sul (RS), não foram competir por falta de patrocínio para as despesas de viagem, alimentação e hospedagem.
De acordo com o presidente da Associação Três-lagoense de Luta de Braço (ATLB), José Carlos Vicente Queiroz, a modalidade sofre com a falta de patrocínio. Tínhamos dois campeonatos para disputar, esse no Sul e outro, em agosto, na cidade de Valinhos (SP). Porém, como existe essa dificuldade para conseguir verba para custear as competições, decidimos em reunião com os atletas, optar pelo torneio de Valinhos, onde estamos em 3º lugar. Para esse torneio vamos contar com o apoio da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte)”.
Em ambas as competições os atletas três-lagoenses compõem a delegação de Mato Grosso do Sul que vai para Caxias do Sul, o estado detém a quinta colocação. Alguns atletas de Campo Grande dividiram os gastos para poder participar do torneio e representar MS na competição. Mesmo com o desfalque dos competidores de Três Lagoas, o estado trouxe onze medalhas (sete ouros, três prata e um bronze).
Vicente informou que o gasto médio de cada atleta com transporte, hospedagem, alimentação e taxa de inscrição, para participar dos torneios que tem duração de dois a três dias, não sai por menos de R$500.
O presidente da ATLB esclareceu que infelizmente, como outras modalidades, a luta de braço sofre com a falta de apoio, “Vários esportes passam pelo mesmo problema, como o nosso. Umas modalidades recebem R$200 mil e outras mil reais, ou nem isso, não é justo. Teria que ser reavaliado essa forma de distribuição. Não peço somente pela luta de braço, mas também por outros esportes. Devemos ser mais justos”.
“Contamos com o apoio da Secretaria Municipal de Esportes, Juventude e Lazer (Sejuvel), que nos ajuda como pode, mas nem sempre é o suficiente, entendemos também que nem tudo depende da Secretária”. Vicente ressaltou que mesmo a cidade sendo considerada a capital estadual da modalidade, não possui um centro de treinamento. Os competidores contam com desconto em algumas academias parceiras da modalidade, onde treinam musculação durante a semana. Aos sábados fazem os treinamentos técnicos e táticos no salão do próprio presidente da Associação.
O secretário da Sejuvel, Walter Dias, explicou que a Secretaria está impossibilitada de repassar recursos financeiros para Associações e times, já que toda a verba disponibilizada do esporte, passa pelo Poder Legislativo, que aprova ou não a destinação do recurso. “O apoio e ajuda as modalidades não depende da Sejuvel, só destinamos recursos mediante a aprovação da Câmara Municipal, por meio de projeto, como acontece no caso do Misto. Por mais que exista a vontade de apoiar, precisamos cumprir a lei”, finalizou Walter.