A direção do Hospital Auxiliadora de Três Lagoas e a prefeitura estão em processo de negociação para firmar novo contrato. O hospital pleiteia o valor de R$ 591 mil por mês, o que representa pouco mais de R$ 7 milhões, por ano, para continuar atendendo aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o diretor administrativo do hospital, Eduardo Otoni, na semana passada houve uma reunião, quando foram apresentada as informações para a prefeitura conhecer o déficit que a prestação deste serviço causa ao hospital, uma vez que houve um aumento considerável no número de pacientes atendidos.
Otoni espera que haja avanços nas negociações com a prefeitura, pois o Hospital Auxiliadora quer continuar prestando atendimento aos pacientes do SUS. “Podemos e queremos fazer mais. Temos competência e condições técnicas para tanto, mas precisamos de mais recursos. Sempre faço um comparativo como se fosse na casa de uma família, se você tem um filho, e depois passa a ter dois, três, ou quatro, certamente vai querer proporcionar as mesmas condições que deu para um, para os demais. O mesmo ocorre em relação ao hospital que atendia determinado número de pacientes e depois de algum tempo dobrou esse número”, exemplificou.
De acordo com o diretor do Auxiliadora, há dois anos, quando foi assinado o termo de contratualização que está em vigor, o hospital atendia por mês, no Pronto Socorro 700 pacientes, hoje, esse número saltou para mais de 2,5 mil mensalmente. A taxa de ocupação que era, há dois anos, de 35%%, saltou para 80% . Além disso, é oferecido atendimento no laboratório de ginecologia dentro do hospital.
ADITIVO
No mês de fevereiro deste ano, a prefeitura e a direção do Auxiliadora assinaram um termo aditivo no valor de aproximadamente R$ 400 mil. Esse recurso, segundo Eduardo Otoni, é uma verba do Ministério da Saúde, pleiteada pelo hospital, liberada com uma finalidade especifica. “É uma verba carimbada, e como o município tem gestão plena é certo que compete à prefeitura receber e repassar o valor”, explicou.
Este recurso, de acordo com o diretor, foi utilizado para criação de novos leitos. Mas, segundo ele, dificilmente o Ministério da Saúde deve repassar novos recursos, por isso disse que este é um momento de estreitamento de relações entre o hospital, município e o Estado.
De acordo com Eduardo Otoni, o Estado tem se mostrado parceiro do hospital, tanto que o governador Reinaldo Azambuja solicitou ao Auxiliadora o encaminhamento de um projeto para a Secretaria Estadual de Saúde, a fim de que o governo estadual contribua financeiramente com alguns projetos à serem implantados, entre estes, o serviço de cardiologia. “Estamos concluindo o projeto analítico e estamos com 85% dos documentos necessários prontos para serem encaminhados ao governo do Estado, que vem acreditando no hospital e querendo nos ajudar”, destacou.
HOSPITAL ESCOLA
Eduardo Otoni reforçou mais uma vez que, o Auxiliadora está preparado para atender a demanda do Curso de Medicina da UFMS, enquanto o Hospital Regional não for concluído. Temos condições e capacidade para absorver essa demanda, assim como dispomos de qualidade técnica para esse atendimento. O Hospital Regional necessita de R$ 40 milhões para ser construído, enquanto não fica pronto, investimentos também serão necessários no Auxiliadora. Mas, garanto que esse recurso não chega a um quinto do valor utilizado para a construção do Hospital Regional, salientou.