O Hospital Auxiliadora de Três Lagoas vai continuar custeando o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) até 30 de novembro deste ano, quando vence o Termo de Contratualização com a prefeitura. Chegou a ser cogitada, inclusive, a possibilidade de o hospital suspender o atendimento eletivo aos pacientes do SUS, devido ao déficit que o hospital vem tendo em razão de valores de repasses financeiros não serem suficientes para cobrir as despesas com os atendimentos.
O valor atual do contrato do Hospital com o município é R$ 2, 7 milhões, sendo que deste valor, a União entra com R$ 1,8 milhão, o Estado R$ 499, 1 mil, e o município com R$ 447, 4 mil. No entanto, as despesas do hospital com o SUS, tem sido de R$ 3,2 milhões. Ou seja, por mês, o hospital vem apresentando um déficit de R$ 500 mil. Por esse motivo, está, mensalmente, fechando as contas no vermelho, porque o repasse não ser compatível com o número de atendimentos feitos pelo hospital. Em razão dessa constatação, o hospital contraiu uma dívida de R$6 milhões.
Para não aumentar a dívida, a direção do hospital está tentando contrair um empréstimo junto às instituições financeiras, no valor de R$ 2 milhões, para honrar seus compromissos, não só com os médicos, mas também com fornecedores e seus funcionários. Segundo o diretor administrativo do hospital, Eduardo Otoni, esse recurso traria um “alivio” até novembro, quando vence o Termo de Contratualização do hospital com o município.
A direção do hospital queria que a prefeitura desse o aval para o Auxiliadora contrair o empréstimo com juros menores, já que mensalmente a administração municipal repassa recursos financeiros para o hospital. O banco pretendeu para conceder o empréstimo uma garantia real de que o empréstimo seria pago. Mas, a prefeitura se negou a vaalizar a operação financeira. Diante deste fato, a direção do hospital está tentando, ainda, conseguir esse recurso junto aos bancos, mesmo sem o aval da administração municipal. “Conversei com as irmãs, e estamos tentando um empréstimo para honrar os compromissos com os nossos fornecedores, médicos, funcionários e garantir o atendimento a população do SUS”, destacou.
De acordo com Otini, a prefeitura, ficou de antecipar o repasse referente às metas quantitativas e qualitativas no plano operativo, para evitar, inclusive, atraso no pagamento dos médicos.
Caso o hospital não consiga o empréstimo, o diretor disse que existe a possibilidade dos atendimentos eletivos serem suspensos, entretanto, acredita que a direção vai conseguir uma solução para essa situação e continuar prestando atendimento à população. “A direção do hospital também tem feito a sua parte, tanto que neste mês conseguiu fazer ajustes e melhorias. Além disso, vendemos a carteira do Plano de Saúde Auxiliadora para o São Francisco, o que nos gerou uma receita de R$ 750 mil, possibilitando diminuir os deficits”, comentou.
DEPARTAMENTO
Ainda segundo Otoni, em função deste aumento no volume de atendimento, a direção do hospital, criou um departamento denominado Centro de Custos que mensura mensalmente todas as despesas e receitas do SUS. Com isso, foi possível analisar que nos últimos 12 meses houve um prejuízo total em regime de competência no valor de R$ 5,6 milhões. “Este prejuízo foi absorvido por atrasos de fornecedores e uso de cheques especiais e, parte do resultado dos convênios, que contribuíram para manter os serviços em funcionamento, porém como já é de conhecimento, chegamos ao limite e não temos mais como absorver novos déficits o que já pode ser observado com o atraso dos honorários médicos nos últimos meses por exemplo”, destacou.
Ainda de acordo c o diretor administrativo, o Auxiliadora atende pela Lei da Filantropia, e deveria atender a 60% do volume total de pacientes SUS. No entanto, de acordo com os dados oficiais de dezembro de 2014, o Auxiliadora atendeu 80,20% de usuários do SUS.