Em Três Lagoas, onde há seis casas de diversão noturna, a fiscalização e expedição de alvarás pelo Corpo de Bombeiros aumentou aproximadamente 17% desde a época do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), quando 242 pessoas morreram e mais de 630 ficaram feridas, causado por um sinalizador para embarcações, na madrugada do dia 27 de janeiro.
Três Lagoas
Bombeiros Fiscalizam casas noturnas de Três Lagoas
Segundo os Bombeiros, em 2012 foram 2.239 fiscalizações em lojas, indústrias e empresas da cidade, já em 2013 foram 2.716
De acordo com o Comandante do 5° Grupamento de Bombeirosde Três Lagoas, Major Leandro Mora de Arruda, após esse fato, a procura pela regularização junto aos bombeiros aumentou por parte dos proprietários ou responsáveis por estes estabelecimentos.
“O poder de multa e interdição levou os proprietários desses estabelecimentos a nos procurar, e hoje realizamos muitas fiscalizações e analisamos vários projetos. Em função da demanda, a fila de espera é de 30 a 40 dias, mas vale lembrar que, antes mesmo da tragédia na boate Kiss, tínhamos uma legislação em andamento, mas com o incidente a lei estadual n° 4.335, de 10 de abril de 2013, está mais completa e com mais rigor, além de dar aos bombeiros mais poder de fiscalização, possibilitando o embargo de estabelecimentos comerciais e industriais”, explica o Major dos Bombeiros ,que prestam atendimento também aos municípios de Selvíria, Água Clara e Brasilândia.
“Antes que fossemos à campo, os donos de casas noturnas passaram a nos procurar, pois sabem que se não apresentarem um estabelecimento com as exigências em dia, sofrem as sanções da lei caso algo ocorra, a exemplo da boate Kiss”, completa.
Para se ter uma ideia da mudança de comportamento dos empresários do ramo, em 2012 os Bombeiros promoveram 2.239 fiscalizações em lojas, indústrias e empresas, já no ano seguinte, ano da tragédia, foram 2.716, um aumento de 447, o equivalente a um aumento aproximado de 17,5%. “Pelo ritmo crescente, acredito que em 2014 deva passar das 3 mil fiscalizações, mas não apenas pela nova lei, mas pelo crescimento da cidade e abertura de novos estabelecimentos de forma geral”, afirma o Comandante dos Bombeiros.
Ainda segundo o Major Arruda, não são apenas os proprietários de casas noturnas que estão preocupados com a adequação do local, mas também os órgãos que tinham envolvimento na expedição dos alvarás e acabavam liberando a documentação sem certificação do Corpo de Bombeiros. “Hoje estes órgãos estão levando a situação com maior responsabilidade”, destaca.
Para conseguir licença de funcionamento da corporação é preciso se atentar aos extintores, iluminação de emergência, forro que evite a propagação das chamas em caso de incêndio, porta com abertura para fora, dentre outros, mas principalmente que o local exponha, de forma visível, a licença, que deve ser renovada anualmente e também pode ser exigida pelos frequentadores, segundo alerta o Major Arruda.
“Caso alguém verifique que qualquer estabelecimento esteja com o certificado com a data de vencimento ultrapassada, deve fazer a denúncia pelo 193. Devo lembrar que as denúncias devem ser efetuadas de forma responsável, sem qualquer interesse comercial, já que o 193 é nosso telefone de emergência, e mesmo porque falsa comunicação é considerada crime e o infrator está sujeito a sofrer as medidas previstas em lei”, conclui o comandante.