O Batalhão de Operações Especiais (Bope), de Campo Grande, deve concluir em 15 dias um relatório da explosão controlada de um explosivo de guerra encontrado na tarde de terça-feira (5) em um terreno do bairro Jardim Brasília, em Três Lagoas. O projétil com cerca de 45 centímetros de comprimento e peso próximo de três quilos foi encontrado por um trabalhador, enterrado em uma vala, às margens da rodovia BR-262 e perto de um gasoduto.
O operador de máquinas Paulo França disse que um colega de trabalho chegou a carregar o projétil nos braços por cerca de 200 metros, até ser alertado do perigo. "Aí nós telefonamos para a Polícia Militar", contou.
O artefato do tipo obus, de 105 milímetros foi detonado no final da noite, distante cerca de 500 metros de onde foi encontrado. Toda a área foi isolada até a chegada dos peritos. Bombeiros e policiais militares atuaram na operação e a estatal de distribuição de gás enviou técnicos ao local. Não houve riscos ao gasoduto.
Um robô e equipamentos especiais foram usados por militares deslocados da capital para a operação. A detonação foi precedida da abertura de um buraco de 2 metros de diâmetro. Em uso, o projétil pode causar danos em raio de 15 metros, com 3,5 kg de explosivo. Não há informação se a munição possuía explosivo ou se era destinada a treinamento.
Partes do projétil foram enviadas para análise e a composição do relatório, que será enviado ao Comando do Exército da 9ª Região Militar, sediado em Campo Grande.
Segundo um especialista em explosivos, o Exército nunca possuiu armamento nem munição do tipo, em Três Lagoas. O capitão do Bope, Vinícius Souza, disse que, apesar de ser a primeira vez que um projétil do tipo é encontrado na cidade, outros do tipo foram localizados em diversas regiões de Mato Grosso Sul.
"Vamos avaliar de qual década é esse material", disse o capitão, que estava em Três Lagoas no dia para treinamento de militares do 2º Batalhão da Polícia Militar. Para Souza, o obus é, possivelmente, um modelo usado na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e que pode ter sido deixado na cidade acidentalmente durante treinamento de militares.
A Polícia Civil informou que não abriu inquérito para apurar o caso porque recebeu comunicado após a detonação e a Polícia Federal não respondeu a pedidos de informação.