Dados do Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador de Três Lagoas (Ciat) apontam queda no número de trabalhadores que deram entrada no seguro desemprego. Conforme as estatísticas, no primeiro trimestre deste ano foram registrados 3.007 pedidos do benefício contra 2.645 requerimentos, no segundo trimestre. Uma redução de 362 solicitações. O mês com maior índice de registro foi janeiro com 1.108, já o menor foi junho com 790, ou seja, uma queda de 40%, entre o primeiro mês do semestre e o último.
De acordo com Fátima Montanha, coordenadora do Ciat, entre os motivos da redução no seguro desemprego, ela destaca que as pessoas estão optando em permanecer por mais tempo nas empresas. “Antes, era comum uma rotatividade de funcionários nas firmas de Três Lagoas”, disse.
Outro detalhe, segundo a coordenadora do Ciat, é que o governo federal com o intuito de mostrar as pessoas que o seguro é uma verba para o desemprego involuntário e não uma parcela indenizatória para quem quer “descansar”, colocou em prática desde 2012, o artigo 8º, da Lei nº 7.998/90, que cancela o seguro-desemprego ao trabalhador que recusar o novo emprego sem justificativa legal. Assim, o programa do Ministério do Trabalho e Emprego cruza dados de desempregados e vagas disponíveis no mercado – compatível com a última função e salário.
Entretanto, em Três Lagoas, este programa, de acordo com Fátima, tem feito alguns empresários passarem por situações constrangedoras. Por exemplo, um empregador, relatou via e-mail ao Ciat, que o candidato enviado pelo órgão esteve na empresa, participou de todo o processo de seleção e foi aprovado. Porém, no dia posterior ao teste, voltou na firma, e forçou o empregador a fazer por escrito um documento dizendo que ele foi reprovado. Mas, na verdade o candidato é que se recusou a proposta. “Outros casos como este vem sendo registrado na instituição. É uma situação complicada para o empregador, pois se ele não reprovar o candidato, e contratá-lo, como será o comportamento deste trabalhador?”, indagou Fátima.
Conforme dados do Ciat, a média mensal de entradas no seguro desemprego é de aproximadamente 700 registros, destes, cerca de 80 são encaminhados à entrevista via programa Recusa, sendo que, apenas 20 aceitam a vaga de trabalho, o restante, 60, ou são reprovados pelo empregador ou se recusam a proposta.
VAGAS
Em Três Lagoas, dados do painel de ofertas do Ciat apontam que o mercado de trabalho está aquecido, ontem, a unidade disponibiliza de 262 vagas, divididas em 43 funções, entre elas, auxiliar de linha de produção, motorista, operador de caixa etc. Porém, de acordo com Fátima, cerca de 60% dos trabalhadores encaminhadas para o processo de seleção são reprovados. Na avaliação da coordenadora, a maioria dos candidatos não passa na seletiva por falta de qualificação, e alguns até mesmo por falta de cultura, de informação. “Infelizmente, hoje, com tantos meios de acesso a informação tem trabalhador que não sabe o que está acontecendo no país. Isso é falte de leitura”, pontuou. E continuou: “o governo precisa investir em cursos de qualificação para o trabalhador ficar apto as vagas oferecidas no município. Caso contrário, o desemprego vai continuar e, consequentemente, a violência e as doenças psicológicas como depressão, entre outras”, frisou.
