O Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/AIDS/HIV) atendeu 120 pessoas durante a 10º Campanha do Caminhoneiro, realizado nesta quarta-feira no Posto Fiscal do Jupiá em Três Lagoas para livre demanda. “Realizamos exames de HIV, sífilis e hepatite B e C, com resultados disponíveis em 30 minutos. Além disso, disponibilizamos vacinas contra a febre amarela, tríplice viral e hepatite B. Os caminhoneiros também puderam fazer testes de visão, onde seriam orientados a procurar um especialista, mediante as dificuldades com as provas”, aponta Susie Donero coordenadora do Centro de Testagem do Programa.
Durante a ação, foram entregues kits com preservativos e material informativo sobre doenças sexualmente transmissíveis. “Hoje não se fala mais em grupos de riscos, mas sim em comportamentos de risco. Os caminhoneiros, porém estão entre os profissionais que estão fora desse comportamento, pois existem muitas campanhas em todo o Brasil direcionadas para eles”.
José Tavares é caminhoneiro há 25 anos. Por conta da profissão, que exige estar constantemente nas rodovias e estradas, confessa que não tem tempo para realizar exames e cuidar melhor da saúde. “Eu parei para carimbar uma nota fiscal e vi que estava acontecendo essas ações. Resolvi fazer os exames de HIV e Hepatite, além de tomar as vacinas de febre amarela e hepatite”, conta. Solteiro e com 46 anos de idade, ele afirma ter uma vida sexual ativa, mas tem sempre o cuidado de usar o preservativo. “Se não tiver preservativo, eu também não faço sexo. Mesmo assim é bom fazer o teste de HIV para confirmar se está tudo certo”, aponta.
O aparelho utilizado para realizar o teste de visão é o Raiza MED, específico de aptidão física para caminhoneiros e agentes da Polícia Rodoviária Federal. “Este equipamento aponta a força manual do motorista, que analisa se ele está apto para segurar o volante com precisão. Outro teste é o de acuidade visual que detecta a qualidade da visão, percepção de profundidade e visão cromática, para saber se o motorista é daltônico”, explica Carolina Ferreira de Lima, do Sest/Senat, que apoiou a ação.
Há 40 anos na estrada, Luiz Polgar já dirigiu por várias regiões do país. Aos 63 anos de idade, hoje ele passou pelo teste de visão cedido no local e constatou que a partir de agora, e pela primeira vez, terá que procurar um oftalmologista para usar óculos. “Passei em todos os testes da máquina, mas infelizmente, com idade que tenho, já não consegui enxergar as letras pequenas do visor”, afirma. O paulista ainda afirma que a ação é importante principalmente para motoristas que vão para as regiões Norte do Brasil, onde há riscos de contração da febre amarela. “Na divisa do Estado de Rondônia mesmo, a fiscalização não permite o motorista ultrapassar caso a carteira de vacinação não esteja atualizada com as doses”.
SÍFILIS
Uma das DSTs mais preocupantes em Três Lagoas é a sífilis. De janeiro a julho deste ano foram registrados 76 casos da doença em Três Lagoas. “O número de casos já é bem maior que todo o ano de 2012, quando registramos 60 casos. Porém, este número pode ter aumentado pela oferta de diagnóstico para a população, com a introdução de testes rápidos. Todas as unidades básicas de saúde de Três Lagoas foram capacitadas pelo Programa DST/AIDS para realizar o exame de HIV e sífilis em gestantes, durante o ciclo do pré-natal”.
