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Editorial

Capivaras na Lagoa Maior devem ser removidas ou não?

Leia o Editorial do Jornal do Povo, deste sábado (20)

O secretário de Meio Ambiente
O secretário de Meio Ambiente

Mais uma vez as capivaras na Lagoa Maior voltam ao noticiário, por conta do transtorno que causam aos frequentadores do cartão postal da cidade.

No ano passado uma mulher foi atacada e nesta semana um menino de quatro anos de idade também foi atacado e mordido na cabeça. Socorrido, primeiramente na UPA, levou 35 pontos no couro cabeludo e após ter alta, ao chegar em casa, apresentou febre e vomito.

Acabou internado no Hospital Regional. Fatos como esses remetem à seguinte indagação: as capivaras que habitam a Lagoa Maior devem ou não ser removidas? Não há registro no passado longínquo, que essas capivaras tivessem como seu habitat natural a Lagoa Maior, assim como em nenhuma das outras que formam o trio de lagoas, que servem de referencia ao nome da nossa cidade.

O fato é que esses roedores, além de possuírem grandes dentes, podem machucar profundamente suas presas com mordidas causando sérios e graves ferimentos como foi o caso do no último domingo.

Uma das características desse roedor é defender seu espaço ao ser invadido. Além do mais, é sabido que o carrapato estrela, causador da febre maculosa tem as capivaras como seu hospedeiro.

Lembra-se que no ano passado, três pessoas que participavam de um show musical em uma fazenda em Campinas no estado de São Paulo, faleceram vítimas da febre maculosa. A constatação que se faz, é que as capivaras na Lagoa Maior chegaram pelas mãos de pessoas que as colocaram no seu entorno.

E, como se reproduzem em até cinco ou seis filhotes, duas vezes ao ano, de tempos em tempos o número de capivara aumenta rapidamente. Nunca, antes, no entorno da Lagoa, e os mais velhos podem atestar, se encontrava capivaras.

Indiscutivelmente, foram colocadas por alguém ou por alguma entidade ambiental. É fato que antigamente, a Lagoa Maior era povoada por pequenos jacarés. E hoje, como se registra vez por outra, um solitário jacaré do papo amarelo dá as caras vez por outra à luz do dia com suas saídas do encantador espelho d’agua para tomar um sol na sua orla.

Mas, pelo seu porte, deve ser monitorado e retirado, porque como já se viu certa feita, esfomeado, atacou um cachorro. Ainda bem que não foi uma criança.

Sem qualquer dúvida, as capivaras representam perigo para as pessoas que procuram as delícias da natureza e do laser no entorno da nossa lagoa, o maior bem natural que ostentamos cravado no coração da cidade.

Devem ser removidas, porque sequer são monitoradas sob o enfoque sanitário e de proliferação, quando, então, deveriam as autoridades ambientais e sanitárias, observar essas circunstâncias.

É precário o controle reprodutivo e não se tem notícia de que façam esterilização dessas capivaras ou a remoção de seus filhotes, os quais nascem em média em número de cinco. Não há motivo porque não removê-las, diante do perigo sanitário ou do possível ataque contra pessoas, considerando-se que o município tem disponível a Reserva Ambiental do Pombo, lugar para onde podem ser destinadas fora do perímetro urbano.

Para os que não lembram ou não sabem – no passado a Lagoa Maior era habitat natural de cisnes, patos, paturis, rolinhas, quero- queros e até perdizes, entre outras espécies de aves, que a todos encantavam com seus cantos e pios.

Será que as capivaras encantam? Certamente, não. Então, porque não removê-las. Ou será que casos mais graves terão que ser registrados para se tomar essa providência? Falar que não incomodam e constituem fator de atração turística é querer minimizar o perigo que oferecem e a presença intrometida dessas capivaras.

Por isso, é preciso removê-las, o que certamente acontecerá mais tarde, diante de uma determinação judicial por conta de um novo fato grave.