Cada doador de órgãos pode beneficiar, em média, cinco pessoas. E esse é um ato de amor, um gesto de solidariedade, que conquista cada vez mais espaço e ganha adesão na sociedade. Por outro lado, a falta de aprovação da família pode ser um empecilho para quem aguarda na fila de espera por um transplante. De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente há 65.912 pacientes que estão esperando receber um transplante no Brasil e a maioria por um rim.
No entanto, mesmo com a decisão da pessoa de doar os órgãos, a palavra final é da família, conforme a legislação brasileira. Dessa forma, não é possível então garantir efetivamente a vontade do doador.
“Hoje em dia o número de doações aumentou no país. Há uma equipe multidisciplinar que ajuda nas orientações e mostra para a família que a doação pode ajudar outras pessoas”, pontuou o neurocirurgião Eduardo Cintra, que participou do processo de captação de órgãos realizado no Hospital Auxiliadora, recentemente. Esse foi o oitavo procedimento realizado na unidade médica e os órgãos foram levados para pacientes em Campo Grande e São Paulo.
O neurocirurgião explicou que o doador chegou ao hospital com traumatismo crânio encefálico grave e estava sem sinais da função cerebral. Uma equipe de profissionais da capital conduziu a extração, que envolveu múltiplos órgãos. A doação só foi possível porque houve aprovação da família do doador.
DOADOR
Está apta a doar qualquer pessoa que tenha passado pela triagem de doenças transmissíveis pelo exame de sangue, inclusive, o de hepatite, por exemplo. Se for comprovada morte encefálica, todos os órgãos e tecidos do corpo podem ser doados. Mas alguns fatores, por exemplo, podem impedir a doação, como morte por doença infecciosa. Os transplantes mais comuns são: rim, fígado, pâncreas, coração, pulmão e intestino. Além dos órgãos, tecidos como córnea, pele e ossos podem ser doados.
O Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA.
COMO OCORRE?
No caso de doador vivo, ele pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões. Já o doador morto, que são pacientes assistidos em UTI, com quadro de morte encefálica, pode doar rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino. Tecidos, como córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical, veias e artérias.