Levantamento da Secretaria Municipal do Meio Ambiente aponta que na Lagoa Maior, em Três Lagoas, existem cerca de 120 capivaras. A informação é do secretário de Meio Ambiente, Jurandir da Cunha Viana, o Nuna. O número de capivaras no local vem aumentando, já que no ano passado eram cerca de 80. Ontem, mais uma capivara foi encontrada morta no local, com sinais de perfuração, ocasionado por disparos de arma de fogo. Na semana passada, outra também foi encontra morta com sinais de arpão.
O secretário disse que isso é crime ambiental e compete a Polícia Militar Ambiental fazer o trabalho de fiscalização. Entretanto, disse que é difícil coibir alguns casos, já que ocorrem na madrugada. O comandante da PMA, tenente Pedro Braga Filho, a polícia está atenda aos crimes que vem ocorrendo no local, e que diligências serão feitas para coibir esta prática. Segundo ele, já existe pista de quem estaria cometendo esses crimes.
Quanto à quantidade capivaras no local, o secretário de Meio Ambiente informou que é feito um controle dos aninais e que, por enquanto, a Lagoa Maior comporta esse número. Entretanto, o monitoramento desses animais deveria ser feito pelo IBAMA. O Plano de Manejo da Lagoa Maior, elaborado, em 2011, pela Universidade Federal (UFMS), campus de Três Lagoas, não recomenda a retirada das capivaras do local. De acordo com a professora de biologia da UFMS, doutora Maria José Vilela, as capivaras não apresentam risco no local, mas é importante que haja sempre o monitoramento e controle dos animais.
Ontem pela manhã, o Jornal do Povo presenciou uma capivara com dois filhotes na Lagoa Maior. Segundo o secretário do Meio Ambiente, a quantidade de capivaras tem mantido sempre a mesma média, já que, infelizmente sempre tem algum animal sendo encontrado morto.
O ex- coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), o veterinário, Antônio Empeke, por sua vez, defendia a retirada das capivaras da Lagoa Maior, já que esse animal é hospedeiro do carrapato estrela que, se infectados, com a bactéria Rickettsia rickettsii, pode causar a febre maculosa.
O Plano de Manejo da UFMS recomendou ainda a implantação de cerca viva, ou de madeira no espelho d’água da Lagoa Maior, para evitar, além da pesca, já que a água está contaminada devido esgoto que é despejado no local, também o contato da população com as capivaras, por exemplo. O secretário de Meio Ambiente também defende o cercamento da Lagoa Maior, até para evitar que as capivaras vão para a rua e sejam atropeladas.
Ainda na opinião da professora da UFMS, Maria José, o ideal seria que a Secretaria do Meio Ambiente, ao fazer a limpeza da lagoa, não retirasse tanto a vegetação do local, pois serve de alimentação para os animais que habitam naquele espaço.