A chuva que começou na noite desta quinta-feira (23) e varou a madrugada desta sexta-feira (24), alagou ruas e casas em Três Lagoas, deixando famílias desalojadas, segundo o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil.
O Corpo de Bombeiros, informou que, pelo menos, 12 famílias tiveram as residências afetadas pelas chuvas. O coordenador da Defesa Civil de Três Lagoas, João Luiz da Silva, percorreu diversos pontos de alagamentos na madrugada desta sexta-feira e logo pela manhã, equipes da Secretaria de Assistência Social deram continuidade as visitas para ajudar as famílias desalojadas.
Segundo João Luiz, algumas pessoas foram para casas de parentes e outras não quiseram deixar os imóveis e esperaram a água baixar e continuaram nas residências.
As casas alagadas foram nas ruas João Dantas Filgueiras, no bairro Nossa Senhora Aparecida, e Yamagut Kankit, região do bairro Parque São Carlos. Também na rua Getúlio Garcia Marques, no Jardim Alvorada. Uma família do Jardim das Violetas também teve a casa alagada e ficou desalojada. Algumas famílias perderam cama, colchões, roupas e móveis.
Segundo o meteorologista Natálio Abrão, somente na região do Parque São Carlos choveu 85,6 milímetros em 55 minutos. Já na região do aeroporto, 85,8 milímetros, sendo 65 milímetros em 45 minutos. Segundo a prefeitura, o volume de chuva excedeu a capacidade de escoamento do sistema de drenagem, por isso, houve alagamento de ruas e casas alagadas em alguns bairros de Três Lagoas.
Além de prestar atendimento as famílias atingidas pela chuva, a Secretaria de Infraestrutura, ligou as drenagens dos piscinões para evitar o transbordamento desses locais. Mas, segundo o secretário da pasta, Osmar Dias, o volume de chuva da madrugada desta sexta-feira foi muito maior do que o sistema foi dimensionado para a drenagem e escoamento.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Três Lagoas, muito lixo foi encontrado nas bocas dos bueiros, inclusive, uma porta de guarda-roupa, papelão, saco plástico, folhas, e outros itens que estavam impedindo o escoamento da água.
Chove acima da média
As chuvas em fevereiro estão acima da média histórica em todo Mato Grosso Sul. Elas estão associadas a atuação de frente frias, deslocamento de cavados, disponibilidade de calor e umidade e a atuação de áreas de baixa pressão atmosférica. Em Três Lagoas, segundo o meteorologista, Natálio Abrahão, o esperado para fevereiro, era 168,7 milímetros de chuva, mas do início do mês até ontem de manhã, havia chovido, em média, 308,8 milímetros.
O excesso de chuva acima da média nos últimos dias elevou o nível do rio Paraná, em Três Lagoas, que na semana passada subiu acima do normal, avançando, inclusive, alguns metros sobre a prainha no bairro de Jupiá.
Chuvas atrapalham execução de obras em bairros de Três Lagoas
O período de chuvas tem prejudicado o andamento de diversas obras em Três Lagoas. As empreiteiras tiveram que paralisar os serviços devido as chuvas que não dão trégua.
Só nos primeiros 24 dias de fevereiro, Três Lagoas registrou mais de 300 milímetros de chuva, o dobro do que era esperado para o mês. Com isso, várias obras que estavam em execução foram prejudicadas.
Nos últimos meses, a prefeitura autorizou inúmeras obras de infraestrutura na cidade, entre elas, a de macrodrenagem para resolver os problemas dos alagamentos em ruas e avenidas, mas conforme o secretário de Infraestrutura, Osmar Dias, os serviços estão interrompidos.” Nesse período de chuva é impossível colocar maquinários nas ruas. É preciso aguardar o período de estiagem para que as obras possam ser retomadas e os reparos nas ruas executados. Pedimos a compreensão dos moradores, pois está chovendo acima da média”, destacou.