A estiagem prolongada deste ano, que retardou o início do período de chuvas em 50 dias, em Mato Grosso do Sul, segundo institutos de meteorologia, comprometeu bastante o nível de água da Lagoa Maior – principal cartão-postal de Três Lagoas, próximo ao centro da cidade. Medição feita pela ONG Amigos da Lagoa aponta que a margem do reservatório de água de chuva diminuiu cerca de 70 centímetros em relação ao do mesmo período do ano passado.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente admite o problema, embora não tenha uma medição oficial. O secretário da pasta, Toniel Carlos Fernandes, aponta a seca como causa. "Não tivemos chuva no período ideal, a partir de outubro, como nos outros anos, e esse é um fenômeno natural como reflexo em lagoas e córregos", disse.
A estiagem também comprometeu o bombeamento de água da Segunda Lagoa para a Lagoa Maior, em um sistema instalado para manutenção do nível. "As lagoas não possuem nascente. Elas são formadas por águas pluviais e, sem chuva, não há como manter os níveis", aponta o secretário.
FEZES
Nesta quarta-feira, a secretaria iniciou a retirada de fezes de capivara, que se acumularam na margem e dentro da água, gerando o risco de contaminação. Funcionários da pasta utilizaram um equipamento fabricado com redes de nylon para a retirada das fezes da água. "Se não retirar, toda a lagoa será contaminada", previu o ambientalista Manoel Pimenta, da ONG, que afirma ter juntado dois tambores de fezes nas últimas semanas como tentativa de minimizar o risco.
Toniel Fernandes anunciou que mais um grupo de capivaras serão retiradas da Lagoa Maior, nos próximos dias, em um projeto de transferência dos animais para uma reserva natural, pertencente à prefeitura da cidade, na reserva conhecida por Córrego do Pombo. "Foi também por conta deste problema [das fezes] que dimiuímos a população de capivaras de 200 para 85 em um ano, na lagoa", disse Toniel.
Veja imagens da Lagoa Maior, em fotos feitas em agosto, outubro e nesta quarta-feira (4)
Agosto/2019 – Arquivo JPNews
Outubro/2019 – Arquivo JPNews
4 de dezembro/2019 – Imagem cedida
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