As chuvas desse final de semana voltaram a castigar os moradores do Jardim Alvorada, em Três Lagoas. No início do mês passado, eles já haviam enfrentado o problema de alagamento nas residências. Nesse sábado à tarde, as casas foram invadidas pela água e, novamente, os moradores tiveram prejuízos com a perda de bens materiais e avarias no próprio imóvel. Além de alagar as casas, as chuvas causaram também inundações nas ruas do bairro, prejudicando, inclusive, o trânsito.
Três Lagoas
Chuvas voltam a castigar moradores do Jardim Alvorada
Moradores convivem com o problema há 40 anos
Cansados de conviver com esses problemas, os moradores, revoltados, afirmam que providências precisam ser tomadas. O aposentado Raul Peregrino da Silva, morador do bairro há 44 anos, disse que toda vez que ocorrem chuvas com essa intensidade eles sofrem com o problema de alagamento nas casas. As proteções feitas nas residências não impedem que a água das chuvas invadam as casas. “Vamos ter que apelar para a Justiça, porque ninguém toma providências”, comentou.
José Jailton do Nascimento, morador há sete anos no bairro, disse que sua família reside na Cohab do Jardim Alvorada há 40 anos, e sempre conviveu com esse problema.“O correto seria construir galeria para dar vazão à água da chuva. As autoridades não conseguem ou não querem resolver o problema”, declarou o morador.
Ele comentou ainda o fato de que a manutenção dos bueiros não é feita com frequência, entretanto, disse que não basta ser feita somente a limpeza. Segundo ele, é necessário construir uma drenagem para resolver o problema da água que se acumula na baixada do Jardim Alvorada. "Esse bueiro não comporta e não dá vazão às águas das chuvas. Com a chuva desse sábado, a água chegou a invadir a avenida. Alegam que construir uma drenagem gera um custo alto, mas é porque é uma obra que fica embaixo da terra, não aparece, por isso não a executam”, desabafou.
Em recente entrevista ao Jornal do Povo, o secretário de Obras, Getúlio Neves, já havia comentado que Três Lagoas não está preparada para chuvas intensas, acima de 90 milímetros, pois, além desse volume, há risco de inundações nas ruas e alagamento nas casas. Em relação ao problema no Jardim Alvorada, o secretário informou que foi executada uma drenagem. Entretanto, para resolver todo o problema nessa região, teria que ser feita uma na rua Jari Mercante, o que custa R$ 10 milhões. Isso, segundo ele, captaria toda a água do Paranapungá, da região da escola Maria Eulália Vieira, e a jogaria no córrego do Jardim Brasília.
De acordo com o Getúlio, a cidade tem vários pontos críticos, e todos são de conhecimento da Secretaria de Obras. Entretanto, para resolver os problemas de alagamentos é necessário um volume de recursos consideráveis para a execução de sistemas de drenagem.
Embora seja necessário recurso para executar essas drenagens, o secretário observou também que é preciso a colaboração da população para manter esses sistemas de captação de água limpa, sem sujeira. Ele informou que a Prefeitura faz a manutenção dos bueiros, mas isso não acontece de modo satisfatório, que é de ter uma equipe para fazer o serviço a cada chuva, pois depende da disponibilidade de recursos.