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Três Lagoas

Cidade registra média de oito assaltos à mão armada por mês

Nos 13 primeiros dias de setembro, Polícia Civil registrou seis casos

TABELA ASSALTOS

A cada três dias, um assalto à mão armada é registrado em Três Lagoas. A estimativa é baseada nas estatísticas da Polícia Civil referentes a apenas roubos com o uso de armas de fogo. Do começo do ano até ontem, foram registrados 87 crimes nessa modalidade, o que corresponde a uma média de 8,8 crimes ao mês. 


O índice, embora com oscilações de um mês para outro, é considerado estável para o delegado Vitor José Fernandes Lopes. De acordo com ele, essas variações podem estar diretamente relacionada ao fluxo de entrada e saída da Penitenciária de Segurança Média. “Muitos desses crimes ainda estão sendo investigados. Mas o que a gente percebe é que os números variam de acordo com a saída de algum assaltante da cadeia. A reincidência entre os criminosos é muito alta”, esclareceu.


Ainda segundo as estatísticas da Polícia Civil. No mês passado, foram registrados 11 assaltos à mão armada, enquanto que, nos 13 primeiros dias de setembro, foram seis casos registrados. “Nestas estatísticas não são levados em considerados outros tipos de roubo, quando o autor empurra a vítima e pega algum objeto de consumo mediante a força e corre. Caso contrário, seriam índices superiores”, completou Lopes.


O delegado explicou também não se tratar de um único grupo que atua na cidade a responsabilidade por todos os crimes, embora, em muitos casos, os mesmos bandidos podem estar envolvidos em mais de um assalto. Um exemplo disso foi registrado no começo dessa semana quando, através da prisão em flagrante de dois suspeitos, o Serviço de Inteligência da Polícia Militar conseguiu esclarecer outros dois assaltos. Conforme Lopes, apenas no mês de agosto, quatro pessoas foram presas em flagrante pelo crime de roubo em Três Lagoas.


Os dados da Polícia Civil mostram ainda que o mês com menor índice de assaltos à mão armada foi o mês de abril, apenas quatro registrados. Em contrapartida, maio foi o mês com maior índice, 15 roubos com uso de arma de fogo ao todo. As formas em que se dão esses assaltos são muitas. Desde aquelas em que as famílias são mantidas em cárcere até os assaltos relâmpagos, em que o bandido, aproveitando a oportunidade, saca a arma e leva o que a vítima tem em mãos. No entanto, segundo o delegado, o comércio ainda tem sido o maior alvo dos bandidos. 


AEMS
O caso mais recente, porém, não passou de boato. Na noite de quinta-feira, a informação de que bandidos teriam feito estudantes de reféns mobilizou a Polícia Militar. Segundo o delegado Vitor Lopes, nada foi registrado na Polícia Civil. “A PM esteve no local na hora. Nós fomos até lá ontem, não há nada registrado sobre esse caso. Foi um boato e como todo bom boato, espalhou rápido”, destacou.


O boato surgiu no momento em que assaltos estariam sendo registrados na saída da faculdade, conforme relatos dos acadêmicos. Os estudantes apontam que ao menos cinco roubos com uso de arma de fogo ocorreram na saída da universidade. Mas nem todos os casos estariam sendo comunicados à Polícia Civil. “Estamos atentos ao que está ocorrendo na Faculdade, mas é difícil investigar ou até saber se ocorreram de fato[sem denúncias]. O que não está no papel [registrado em forma de boletim de ocorrência], não existe para o mundo jurídico”, lembrou o delegado.


A Polícia Militar também informou estar tomando medidas preventivas sobre a situação da Aems. Na noite de quinta-feira, por exemplo, a PM realizava patrulhamento ostensivo no local, o que pode ter gerado o mal entendido entre os alunos. Em entrevista concedida à Cultura FM dessa semana, o comandante da PM, tenente-coronel Wilson Sérgio Monari, informou que além do trabalho preventivo, policiais do serviço de inteligência estão atuando na faculdade no horário da saída para tentar identificar os possíveis autores. “A PM tem trabalhado não só em relação à Aems, mas para toda a população três-lagoense. Tanto que nos últimos 15 dias, nós prendemos 15 autores de roubo. O trabalho tem sido feito e estamos dando uma resposta a essa situação”, disse na entrevista. Um dos presos, concluiu Monari, praticava crimes naquela região.