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Corumbá

Cientistas de MS desenvolvem projeto para prever o fogo no Pantanal

Estudo está desenvolvendo mapas das áreas mais sensíveis para registros de focos de incêndio

Incêndio florestal registrado nas proximidades de Corumbá, em agosto de 2021 - Rodolfo César
Incêndio florestal registrado nas proximidades de Corumbá, em agosto de 2021 - Rodolfo César

Pesquisa da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul está desenvolvendo mapas que vão ajudar a prever os incêndios no Pantanal. Este estudo entrou em fase final de elaboração e deve ser publicado em uma revista especializada neste ano. A possibilidade de antecipar áreas mais perigosas vai permitir que Bombeiros, Polícia Militar Ambiental e outras autoridades possam atuar preventivamente.

A possibilidade de combater os incêndios antes que eles aconteçam é a medida mais eficaz para combater a degradação no bioma. Entre 1989-2020, o Pantanal perdeu 29% da superfície de água, indicou estudo do MapBiomas.

A pesquisa da UEMS está permitindo que os cientistas apresentem zoneamentos de risco de incêndio ao longo do Pantanal, tanto em Mato Grosso do Sul como em Mato Grosso. Esse levantamento é inédito.

“O estudo em andamento irá gerar mapas para o presente e para o futuro. Assim será uma importante ferramenta para auxiliar ações de prevenção e combate aos incêndios, pois, aponta os locais que apresentam os maiores riscos de ocorrência e propagação de incêndios. Servindo como uma importante base de dados geográficos”, detalhou a pesquisadora Patrícia Vieira Pompeu, professora doutora na UEMS.

O trabalho vem sendo conduzido desde 2019 e ainda é coordenador pelo professor doutor Guilherme Silvério Aquino de Souza, também da UEMS. Integram o grupo ainda João Carlos Pires Oliveira, da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT); e a engenheira florestal Cínthia Alves de Matos.

Os cientistas reconheceram que para dar o início ao zoneamento das áreas de perigo de incêndio no Pantanal houve a identificação de que a base de dados para a análise ainda é deficitária. Sem uma série histórica robusta sobre os focos de incêndio, parte do levantamento gerou uma demanda maior de pesquisa e leitura de dados espaciais.

A base desse trabalho está sendo feita com informações obtidas pelo Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Como ele tem detalhamento técnico, os pesquisadores estão traduzindo as coordenadas para tornar a leitura mais rápida. 

Os cientistas envolvidos na elaboração do trabalho escrito esperam que após a publicação oficial dos dados identificados, o poder público terá uma nova ferramenta de monitoramento. Mapas farão parte dessa conclusão para garantir que as dificuldades técnicas que hoje existem na leitura de dados do Programa Queimadas possam ser superadas. A identificação das áreas mais suscetíveis vai permitir maior agilidade no planejamento.

No ano de 2021, o Pantanal teve 1.358.225 hectares (9% do bioma) consumidos pelas chamas, um valor 65,25% menor comparado à totalidade de área queimada do ano de 2020, que teve o total de 3.909.075 hectares (26% do bioma) queimados.