Veículos de Comunicação

Três Lagoas

Cigcoe e Agepen realizam pente-fino na Média

A operação envolveu o Pelotão de Choque e resultou na apreensão de drogas, armas e celulares

Os 50 policiais da Companhia Independente de Crises e Operações Especiais chegaram a Três Lagoas em um ônibus -
Os 50 policiais da Companhia Independente de Crises e Operações Especiais chegaram a Três Lagoas em um ônibus -

Esta quarta-feira (14) foi marcada de grande movimentação na Penitenciária de Segurança Média, em Três Lagoas. Às 8h30, cerca de 50 policiais do Pelotão de Choque da Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (Cigcoe) entraram na unidade penal para um pente-fino surpresa. As vistorias foram iniciadas nos pavilhões um e quatro, apontados pela direção do presídio como os mais problemáticos. Os detalhes da operação em si não puderam ser revelados, “já que se trata de um procedimento operacional padrão”, justificou um dos oficiais que participaram da operação.
No entanto, contra todas as previsões, foi no pavilhão três que os policiais enfrentaram resistência. Do lado de fora da unidade pode-se ouvir quatro disparos. Os tiros, conforme o comandante da operação em Três Lagoas, o capitão da Cigcoe, Marcos Paulo Gimenez, foram de borracha, com o objetivo de controlar um princípio de motim que iniciava naquele pavilhão, destinado aos ‘presos seguros’. “Também tivemos que utilizar uma bomba de efeito moral, que fez com que a situação fosse controlada rapidamente”, assegurou. O oficial garantiu que não houve feridos.
Gimenez informou que a operação foi planejada a pedido da diretoria da Agência de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), cujos agentes foram responsáveis pelas vistorias. O motivo maior seria a rebelião e tentativa de fuga em massa ocorridas na penitenciária nos dias 1 e 2, respectivamente, deste mês. “Na realidade, o nosso trabalho é fazer a retirada desses presos e garantir a segurança dos agentes enquanto eles realizam as buscas nas celas. A operação é comum, já que houve uma rebelião e até o momento não havia sido realizado uma operação pente-fino”, completou o comandante.
Ao todo, policiais e agentes penitenciários passaram por cinqüenta celas (aproximadamente) que abrigam o total de 542 presos (de dez a doze internos por cela). Em cada pavilhão, os agentes levaram mais de uma hora para completar a vistoria. Apenas para se ter uma base, a operação, que começou ainda na madrugada, encerrou apenas às 15 horas do mesmo dia, quando os policiais, muitos já cansados, entraram no ônibus para retornarem à Capital. Antes de saírem de Campo Grande, por volta das 4 horas, todos os policiais envolvidos na operação tiveram uma reunião na sede da Cigcoe. Lá, com o mapa de toda as instalações da unidade, os policiais estudaram a melhor forma de atuação e repassaram as informações necessárias para o procedimento da operação.
“Mas foi uma operação tranqüila. Exceto pelo pequeno problema no pavilhão três, que foi rapidamente resolvido, o restante foi calmo”. O pente-fino não contou com a participação dos policiais militares do 2º Batalhão da PM.
Para Gimenez, o trabalho deles encerrava naquele momento – saída dos policiais da unidade penal. Ele explica que o boletim de ocorrência da Companhia será elaborado em Campo Grande mesmo, via internet, e a responsabilidade sobre os materiais apreendidos ficaria por conta da Agepen.
Na lista de apreensão, o policial contabilizava: cinco celulares, duas baterias, sete carregadores, 32 porções médias de maconha, diversas armas artesanais e uma quantidade considerável de bebidas alcoólicas caseiras. Conforme o comandante da operação, não houve transferências de presos: “Não está prevista transferência. Pelo menos não agora”.