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Três Lagoas

Clima influencia no aumento do mau cheiro em bairros

Fiscal do Imasul afirma que mau cheiro não é provocado pelas fábricas de celulose

Fiscal do escritório regional do Imasul, Delia Villamayor Javorka -
Fiscal do escritório regional do Imasul, Delia Villamayor Javorka -

O mau cheiro que tem ocorrido nos últimos dias em Três Lagoas, provavelmente, é proveniente da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Planalto/ São João da Sanesul. Segundo a fiscal do escritório regional do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Delia Villamayor Javorka, nos últimos meses a rede de percepção de odores não registrou reclamações referente às fábricas de celulose, Eldorado Brasil e Fibria.

A rede de percepção de odores é formada por pessoas da comunidade, que foram treinadas, especificamente para analisar o odor da celulose. De acordo com Delia, cada atividade tem o seu cheiro peculiar. Por esse motivo, e com base nos relatórios da rede de percepção de odor, disse que é possível afirmar que o mau cheiro que a população vem sentido não é proveniente das fábricas de celulose, mas,que pode ser da Estação de Tratamento e Esgoto da Sanesul.


Délia explicou que, esse mau cheiro pode aumentar no inverno, já que nesse período ocorre diferença de massa de ventos e de nuvens, o que acaba interferindo na dispersão desses odores. “Nesse período de inverno, as camadas são mais espessas e mais baixas, por isso que nessa época do ano as pessoas reclamam mais do odor, que incomoda bastante”, frisou.


Esse, no entanto, deve ser um problema que a população deverá conviver. Mesmo com a ampliação da ETE, que prevê jogar os efluentes, já tratados, no rio Paraná, não resolverá essa situação. Segundo Délia, poderá amenizar um pouco, mas não evitar, uma vez que o odor é proveniente da própria Estação de Tratamento. “É importante quando a população for adquirir o seu terreno, que olhe no entorno, veja o que tem perto. Se você não quer conviver com determinado tipo de odor, ou incomodo, é importante à população ver isso, já que são atividades que foram licenciadas e já estavam lá”, comentou.


Contudo, ressaltou que os problemas podem ser minimizados. “No caso da Estação de Tratamento e Esgoto, a cortina arbórea já existe, que são os eucaliptos em volta. Talvez, pode ser implementada mais uma cortina arbórea, um pouco mais baixa, para ajudar a minimizar o odor”, destacou.


CURTUME 
Além da Estação de Tratamento e Esgoto da Sanesul, Délia explicou que dois outros empreendimentos, o Curtume e o frigorífico podem provocar mau cheiro nos bairros que fazem parte da área de influência desses empreendimentos.


O curtume, por exemplo, está funcionando através de liminar concedida pela justiça, que derrubou a decisão que havia embargado o empreendimento. “O curtume está funcionando por força de liminar. Já tentamos derrubar essa liminar mais ainda não conseguimos”, comentou.


Enquanto isso, o Imasul solicitou um estudo de impacto ambiental do curtume, o qual será apresentado em audiência Pública, a ser realizada no mês de setembro, ou outubro. “Acho que esse é o momento da população fazer as suas sugestões e colocar suas preocupações durante essa audiência pública”, comentou. A responsável pelo Imasul, no entanto, explicou que o embargo da atividade do curtume ocorreu devido às condições do sistema de controle ambiental não estar funcionando corretamente. “Várias condições físicas do empreendimento precisavam ser melhoradas”, ressaltou.