Maior clube de futebol de Mato Grosso do Sul e agora novamente detentor da faixa de atual campeão do Estado, o Operário não deu chances para os rivais e conquistou seu 16º título estadual – são 12 sul-mato-grossenses e quatro no ainda unificado Mato Grosso. O Galo cantou alto e conquistou a taça ao bater o Aquidauanense por 3 a 1.
A temporada começou com a contratação do treinador goiano Wladimir Araújo, que chegou com tempo de treino e elenco formado pelo próprio. Ainda assim, o time acumulou tropeços na primeira fase e só passou para o hexagonal final na última vaga: foram 12 pontos somados em oito jogos, sendo três vitórias, três empates e duas derrotas.
No penúltimo jogo dessa fase, Wladimir acabou demitido pelo mau desempenho do time e para seu lugar veio um velho conhecido, Celso Rodrigues. Gaúcho, ele comandou o time em 2017, quando foi semifinalista, em 2018, quando foi campeão, e em 2019, na disputa da Série D.
E nas mãos de Celso o Galo, simplesmente, não perdeu. Na última rodada da primeira fase, empate com a Serc fora de casa. Já nos 10 jogos do hexagonal, foram 22 pontos somados – seis vitórias e quatro empates. O vice-campeão foi o Naviraiense, que venceu o Costa Rica na casa do rival e somou 19 pontos, enquanto o campeão de 2021 ficou em terceiro, com 17.
A última rodada do hexagonal aconteceu no domingo (24), com todos os duelos às 15h. O Operário venceu o Aquidauanense – este só cumpria tabela – com gols de André Pereira, nos acréscimos da primeira etapa, e de Marcos Vinicius e Irapuan, respectivamente, aos 19 e 36 minutos da etapa final. O gol de honra do Azulão veio aos 27, feito pelo lateral Jô.
Já em Costa Rica, o único gol do duelo foi de Balotelli, aos 14 minutos do segundo tempo. Finalizando a rodada, o DAC bateu a Serc no Douradão, em duelo só para cumprir tabela, por 2 a 0. Os gols foram de Flaviano, aos 10 da primeira etapa, e do colombiano Juan Palacios, aos quatro minutos do tempo complementar da partida.
VAGAS NACIONAIS
Com o título, o Operário garante para a próxima temporada calendário completo: além do Estadual, o time terá a Copa Verde, Copa do Brasil e Brasileirão da Série D. As duas últimas competições garantem recursos oriundos da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). No caso da Copa do Brasil, a cota em 2022 foi de R$ 660 mil apenas para a primeira fase.
Caso passe de fase, o clube pode receber ainda mais recursos, em volume cada vez maior. Além disso, deve haver reajuste de valores para 2023. Já na Série D, não existe divulgação oficial da CBF sobre o repasse, mas o montante fica na casa dos R$ 120 mil. O Naviraiense terá vaga apenas na Copa Verde, enquanto os demais seguem apenas no Estadual.
O título do Galo marca o fim de oito anos de gestão de Estevão Petrallás à frente do Operário. Iniciada em 2014, esse é o último ano do segundo mandato, sendo que em 21 de agosto, data de aniversário do clube, deve ser feito uma eleição para decidir o novo comando.
Sob essa gestão, o Operário – que estava praticamente inativo – conseguiu recuperar parte do poderio de outrora. Em 2015, o time foi vice-campeão da segunda divisão estadual e retornou à elite sul-mato-grossense. Nos dois nos seguintes, chegou à semifinal, conseguindo o título em 2018. Já em 2019, parou nas quartas, assim como em 2020.
Porém, nesse ano que marcou o início da pandemia de covid-19, o time foi eliminado por causa da escalação irregular de um atleta que estava suspenso por ter levado três cartões amarelos. Já em 2021, quando o torneio começou a ser finalizado em formato de disputa hexagonal, o Operário ficou em terceiro, voltando à "majestade" em 2022 com o título.
INVASÃO OPERARIANA
Assim foi tratada a caravana de torcedores do Operário que desembarcou no domingo em Aquidauana. Mesmo sabendo do acanhado estádio Noroeste, com capacidade para aproximadamente 1 mil pessoas, as torcidas se organizaram para ir à cidade.
Sabendo da ida de vários operarianos para a cidade, o Aquiduanense se preparou e dividiu a torcida ao meio, deixando metade do espaço para seus próprios torcedores, e a outra metade para os visitantes. Três ônibus foram usados apenas pelas torcidas organizadas, sem contar os veículos próprios usados por outros torcedores que compareceram em peso.