O chamado Paro Cívico Departamental fechou o acesso de caminhões na fronteira do Brasil com a Bolívia, em Puerto Quijarro, na madrugada desta segunda-feira (25). O manifesto deve ocorrer por 24 horas e vai bloquear o trânsito de mercadorias do comércio exterior nessa região. O fluxo de veículos menores entre Corumbá e Puerto Quijarro também está impedido e somente ambulâncias estão autorizadas a transitar.
Durante a madrugada e parte da manhã, o protesto transcorreu de forma pacífica. Para impedir o trânsito de veículos, os manifestantes usaram diferentes objetos e até mesmo carros. Eles foram colocados perto da ponte que liga Corumbá a Puerto Quijarro.
O fechamento da fronteira ocorreu por conta de manifestação do Comitê Cívico contra a decisão do governo federal boliviano de adiar a realização do censo para 2024. A renovação de estatística no país vizinho estava prevista para começar em novembro deste ano. Ela gera impacto direto no repasse de recursos para municípios e demais estruturas governamentais, como ocorreu no Brasil, com o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Conforme os manifestantes, não existe critérios técnicos que justificam esse atraso na realização do censo. Quem é responsável por esse levantamento na Bolívia é o Instituto Nacional de Estatística (INE). A decisão em realizar o bloqueio foi dada pelo Comitê Interinstitucional, que reúne os comitês cívicos de diferentes cidades. Esse é um tipo de estrutura organizacional que reúne setores privados para deliberar sobre assuntos políticos.
Ainda há uma discussão na Bolívia para que já para o próximo ano seja feito uma política de estado que usa a base de dados sobre projeção da população. Além disso, está em estudo a criação de um fundo de compensação para atender os municípios em função dos indicadores locais.