A entidade revisou a produção de grãos no Brasil que no 8º levantamento (divulgado em 10 de maio passado) estava previsto em aproximadamente 233 milhões de toneladas. As quebras ocorreram em vários estados por conta da estiagem que atingiu o país durante o desenvolvimento da cultura no mês de abril.
Agora, a segunda maior colheita de grãos do Brasil, prevê uma produção de 229,7 milhões de toneladas, de acordo com o 9º Levantamento da Safra de Grãos 2017/2018, divulgado nesta terça-feira (12), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A área também manteve o destaque de maior da série histórica, representada por um cultivo que se estende por 61,6 milhões de hectares.
Apesar da queda de 3,4% em comparação à safra passada, quando alcançou 237,7 milhões de toneladas, este número ainda está acima da média de produção nacional, levando-se em conta um período de condições atmosféricas normais. Com referência ao último levantamento, a estimativa total da safra mostra uma diminuição de 2,9 milhões de toneladas. Este fato deve-se aos impactos climáticos no milho segunda safra, mas conta com a ajuda das boas produtividades alcançadas pela soja e o milho primeira safra que já tem a colheita perto do fim.
No pico de volume, estão o milho total e a soja, esta última responsável pelo desempenho produtivo e cujo avanço da colheita vem confirmando a boa produtividade de 3.359 kg/ha, próxima do recorde passado de 3.364 kg/ha. A leguminosa chega a 118 milhões e o cereal, 85 milhões de toneladas. Já o milho segunda safra que responde por 70% da colheita total, alcançou 58,2 milhões de toneladas, cabendo à primeira safra 26,8 milhões de t.
Na ordem de aumento da produção, vem o algodão em pluma, com um volume de 1,9 milhão de toneladas, com registro de 28,1% a mais que a safra anterior. O feijão segunda safra também mostra bom desempenho, com um aumento de 10,9% e colheita de 1,3 milhão de toneladas.
Área – A estimativa aponta para a maior área semeada no país, com 61,6 milhões de hectares. O aumento é de 1,1% ou 693,2 mil ha em relação à safra passada. A área destinada ao feijão e às culturas de inverno respondem por esta pontuação. Na ordem crescente de ganho da área plantada, vem a soja que sai de 33,9 para 35,1 milhões de ha e ganho absoluto de 1,2 milhão de hectares, o maior entre todas as culturas. E na sequência, vem o algodão que alcançou 1,2 milhão de ha, com acréscimo de 236,9 mil ha, e o feijão segunda safra, com 1,5 milhão de ha, graças ao aumento de 121,5 mil ha.
Mato Grosso do Sul – No estado, a safra de verão onde foi plantada soja transcorreu com tranquilidade e com os números acima da média prevista. De acordo com relatório da Aprosoja/MS, o grão alcançou excelente produtividade se comparada às safras passadas; foram 59,2 sacas por hectare em 2017/18. A área plantada também teve incremento. Os bons preços pagos pela leguminosa influenciaram no aumento de área que saltou de 2,535 milhões de hectares para 2,700 milhões hectares. A produção total do grão nesta safra 2017/2018 de 9 milhões e 590 mil toneladas bateu recorde estadual.
Já o milho segunda safra, desde abril, estava sob expectativa por conta da falta de chuvas, em especial na região sul onde a quebra deve ultrapassar os 30%.
O presidente da Aprosoja/MS Juliano Schmaedecke, em entrevista à Rádio CBN, disse que haverá variação de produtividade entre as regiões produtoras no Mato Grosso do Sul. Em Maracaju a média deverá ser de 50 sacas/ha, já em Chapadão do Sul 110 sacas/ha. “A região sul foi bastante prejudicada nesta safra pela seca, teve lugares com mais de 40 dias sem chuvas. Vamos aguardar e ver se serão estes números mesmos”, diz.
O dirigente da entidade considerou que os preços pagos pela saca (variando entre R$ 29,00 a R$ 31,00 em 11/06 Granos Corretora) são positivos, no entanto, a falta de uma definição quanto a tabela do frete mínimo pode ser um entrave no escoamento da safra deste ano.