A pandemia está tirando o sono de muita gente. Preocupações com o coronavírus, com a economia e a política são motivos óbvios, mas a saúde do intestino também desempenha um papel importante nessa equação. Segundo estudos recentes, melhorar a flora intestinal, ou seja, a qualidade das bactérias que vivem no nosso trato digestivo, tem impacto positivo no sono e reduz o stress.
Terapia de cura reconectiva
O microbioma é um universo de milhões de bactérias que vem fascinando os cientistas nos últimos anos. “Hoje sabemos que o eixo intestino-cérebro tem uma função muito importante no controle do sono e do stress”, pontua Eduardo Rauen, médico nutrólogo e diretor do Instituto Rauen, em São Paulo.
Cerca de 70% da serotonina, o hormônio do bem-estar, é produzida no nosso intestino. ”Hoje conhecemos a importância dos probióticos, as bactérias do intestino, e dos prebióticos, que alimentam esses microrganismos, para o sono”, fala Eduardo Rauen.
Algumas cepas de lactobacilos e bifidus aumentam a produção do triptofano, um aminoácido que se converte em serotonina, o hormônio do bem-estar, que, por sua vez, é precursora da melatonina, o hormônio do sono. “Outro receptor relevante, o GABA, é produzido em maior quantidade quando há ação de alguns lactobacilos”, acrescenta o médico.
As bactérias do intestino vão além: elas atuam no ciclo circadiano como um todo. “Mais conhecido como relógio biológico, esse ritmo é influenciado não só pelas variações ambientais, como a luz do sol, a escuridão e a temperatura, mas também pela alimentação”, explica Luciana Harfenist, nutricionista especializada em Nutrição Clínica Funcional e Esportiva, e diretora do Instituto homônimo, no Rio de Janeiro.
Com informações de Vogue.