Depois de um mês de julho com queda acentuada na geração de empregos, Três Lagoas dá sinais de recuperação em agosto. O município encerrou o mês passado com saldo positivo de 1.141 novos empregos com carteira assinada, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho.
Três Lagoas
Construção civil impulsiona trabalho em Três Lagoas
Município fechou o mês de agosto com saldo positivo de mais de mil empregos a mais
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontou um total de 3.463 admissões contra apenas 2.322 demissões no mês passado. O principal responsável por esse resultado, mais uma vez foi a construção civil.
Responsável pela demissão de 1,2 mil pessoas apenas em julho, o setor se recuperou e recontratou, no mês passado, 1.211 trabalhadores – em agosto foram 1.695 admissões, contra 484 demissões.
Em julho, Três Lagoas havia registrado o fechamento de 1.099 vagas, o resultado só não foi pior graças ao comportamento do setor agropecuário e industrial, que criaram 71 e 53 novos empregos formais, respectivamente.
A oscilação da geração de empregos registrada nesse período deve-se, principalmente, as demissões e recontratações feitas pelo Consórcio UFN-III, responsável pela construção da fábrica de fertilizantes nitrogenados da Petrobras. No primeiro semestre, o grupo de construtoras que compõem o consórcio demitiu dezenas de trabalhadores sob a suspeita de envolvimento com movimentos grevistas, que resultaram em ações de vandalismo no canteiro de obras e também nos alojamentos. Em seguida, foi dado início ao processo de recontratação.
Conforme informações da assessoria da Petrobras, atualmente, o consórcio tem contratado a média de 250 novos trabalhadores por semana. O objetivo é garantir que a obra continue dentro do cronograma e atinja seu pico em dezembro deste ano, quando estarão na cidade cerca de nove mil operários – a grande maioria vinda de outras regiões do Brasil.
No acumulado do ano, a construção civil foi responsável pela geração de 3.490 novos postos de trabalho no município. Ao todo, o Caged registrou 8.374 admissões contra 4.884 demissões.
INDÚSTRIA
A indústria da transformação, embora em menor proporção – já que o setor segue estabilizado – também registrou aumento na geração de empregos de um mês para outro. Enquanto que em julho o setor havia sido responsável por 53 novos empregos, no mês passado foram 92 empregos criados (745 contratações contra 653 desligamentos). No acumulado do ano, o setor mostra que teve bom desempenho, foram 811 novos empregos gerados, o que equivale a uma média de 100 postos de trabalho com carteira assinada por mês.
Já a agropecuária, embora não tenha encerrado agosto no vermelho, apresentou queda. No mês passado, foram criadas apenas dez novas vagas no setor, contra 71 em julho. No acumulado do ano, o setor segue em alta, com a geração de 468 novos postos de trabalho de janeiro a agosto desse ano.
O comércio também apresentou resultado semelhante, sete novos empregos gerados no mês passado. As novas contratações, porém, ainda não foram suficientes para tirar o setor do vermelho. Somados os comportamentos registrados de janeiro a agosto, o saldo é de dez postos de trabalho fechados.
Em contrapartida, o setor de serviços, que sempre configurava segunda posição no ranking de geração de empregos no município, apresentou queda em agosto. Foram 172 postos de trabalho fechados no período (451 admissões contra 623 desligamentos registrados pelo Caged). Porém, no acumulado deste ano, o resultado permanece positivo, 172 novos postos de trabalho. Nos oito meses do ano, foram 4.595 administrações contra 4.420 demissões.
No geral, entretanto, a cidade já foi responsável pela geração de 4,9 mil empregos no município. De janeiro a agosto, foram registrados 24,7 mil admissões contra 19,7 mil demissões.
ESTADO
O comportamento do emprego formal em Três Lagoas fez com que o município ocupasse a segunda posição no ranking estadual. A cidade ficou atrás de Campo Grande, campeã na geração de empregos, com 1.5 mil empregos formais gerados (11.188 admissões contra 9.670 demissões). O ranking leva em consideração as cidades com mais de 30 mil habitantes.
Ainda segundo o Caged, em todo o Estado o saldo foi de 2.694 novos empregos celetitas gerados em agosto, aumento de 0,53% em relação ao estoque de assalariados do mês anterior. Os setores da construção civil e serviços foram apontados como os principais responsáveis pelo resultado.