Três Lagoas há mais de oito anos não constrói habitações populares. O déficit habitacional chega a mais de 10 mil unidades. E, como o aluguel é uma das causas que corrói o salário do trabalhador, tornou-se premente a construção de novas unidades. Além do mais, é preceito constitucional de que a moradia é um direito de todos os cidadãos. Mas, também, é sabido que essa questão somente poderá ser amenizada com o empenho e concurso do poder público em todas as esferas da administração, os quais tem por dever executar uma política habitacional inclusiva e de qualidade, de modo que a construção de casas para trabalhadores de baixa renda preencha os requisitos mínimos e básicos que asseguraram uma moradia com dignidade.
Geralmente, esses núcleos habitacionais ao serem construídos devem ser dotados de instalação de inúmeros equipamentos comunitários, tais como; escolas, creches, áreas de laser, postos de atendimento médico e assistencial, tudo com o objetivo de se dar tranquilidade para essas famílias, as quais buscam vida saudável e tranquila. O lar é o centro de convergência da família e lugar de refazimento de energias para que cada um de seus moradores possa no dia a dia e de maneira saudável, recuperar forças para o bom desempenho das atividades laborais.
Com base nestes fundamentos e diante do grande déficit habitacional que não é só da nossa cidade, mas de todo o país, é preciso construir casas populares para suprir essa grande legião de novos moradores, e no nosso caso, para os chegam a Três Lagoas na busca de novas oportunidades, ou seja, trabalho – emprego e renda, para não serem sacrificados com o pagamento de elevados valores de aluguéis diante do que ganham. Mas, a construção aglomerada de unidades habitacionais como é o caso dos conjuntos Novo Oeste e Orestinho, que reúnem 3.658 apartamentos, mostra que a vida de seus moradores tornou-se muito difícil por conta da diversidade socioeconômica, além da conduta ética e moral.
Infelizmente, esses dois núcleos apresentam um cenário de disputas, as quais acabam em conflitos e até em agressões físicas entre moradores, quando não em consequências que dão fim à vida. Esses núcleos residenciais concentram um contingente considerável de desocupados e usuários de drogas, que infernizam a vida de pessoas de bem. Está mais do que provado, diante da incidência de inumeráveis ocorrências registradas no mundo policial e de desavenças menores que englobam, inclusive, questões familiares, de que a construção desses núcleos de apartamentos não representou a melhor solução para se viver bem com dignidade.
A prefeitura de Três Lagoas anunciou a construção de 192 apartamentos populares na Vila Piloto. Mas, como temos áreas ainda de baixo custo, certamente, poder-se-ia, apurar melhor os estudos que apontam para a construção de apartamentos em vez de construção de casas térreas, uma vez que Três Lagoas, historicamente não tem priorizado construções verticalizadas.