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Editorial

Construir casas populares é preciso

Confira o editorial do Jornal do Povo, da edição deste sábado (27)

Prefeitura de Três Lagoas vai construir 192 apartamentos na Vila Piloto
Prefeitura de Três Lagoas vai construir 192 apartamentos na Vila Piloto

Três Lagoas há mais de oito anos não constrói habitações populares. O déficit habitacional chega a mais de 10 mil unidades. E, como o aluguel é uma das causas que corrói o salário do trabalhador, tornou-se premente a construção de novas unidades. Além do mais, é preceito constitucional de que a moradia é um direito de todos os cidadãos. Mas, também, é sabido que essa questão somente poderá ser amenizada com o empenho e concurso do poder público em todas as esferas da administração, os quais tem por dever executar uma política habitacional inclusiva e de qualidade, de modo que a construção de casas para trabalhadores de baixa renda preencha os requisitos mínimos e básicos que asseguraram uma moradia com dignidade.

Geralmente, esses núcleos habitacionais ao serem construídos devem ser dotados de instalação de inúmeros equipamentos comunitários, tais como; escolas, creches, áreas de laser, postos de atendimento médico e assistencial, tudo com o objetivo de se dar tranquilidade para essas famílias, as quais buscam vida saudável e tranquila. O lar é o centro de convergência da família e lugar de refazimento de energias para que cada um de seus moradores possa no dia a dia e de maneira saudável, recuperar forças para o bom desempenho das atividades laborais.

Com base nestes fundamentos e diante do grande déficit habitacional que não é só da nossa cidade, mas de todo o país, é preciso construir casas populares para suprir essa grande legião de novos moradores, e no nosso caso, para os chegam a Três Lagoas na busca de novas oportunidades, ou seja, trabalho – emprego e renda, para não serem sacrificados com o pagamento de elevados valores de aluguéis diante do que ganham. Mas, a construção aglomerada de unidades habitacionais como é o caso dos conjuntos Novo Oeste e Orestinho, que reúnem 3.658 apartamentos, mostra que a vida de seus moradores tornou-se muito difícil por conta da diversidade socioeconômica, além da conduta ética e moral.

Infelizmente, esses dois núcleos apresentam um cenário de disputas, as quais acabam em conflitos e até em agressões físicas entre moradores, quando não em consequências que dão fim à vida.  Esses núcleos residenciais concentram um contingente considerável de desocupados e usuários de drogas, que infernizam a vida de pessoas de bem. Está mais do que provado, diante da incidência de inumeráveis ocorrências registradas no mundo policial e de desavenças menores que englobam, inclusive, questões familiares, de que a construção desses núcleos de apartamentos não representou a melhor solução para se viver bem com dignidade.

A prefeitura de Três Lagoas anunciou a construção de 192 apartamentos populares na Vila Piloto. Mas, como temos áreas ainda de baixo custo, certamente, poder-se-ia, apurar melhor os estudos que apontam para a construção de apartamentos em vez de construção de casas térreas, uma vez que Três Lagoas, historicamente não tem priorizado construções verticalizadas.