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Três Lagoas

Cresce a procura por internações para dependentes químicos

Segundo dados divulgados pelos órgãos que fazem o atendimento para dependentes químicos em Três Lagoas, o número de pessoas que buscam internações subiu cerca de 30% em 2013.

O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD) e o Conselho Tutelar de Três Lagoas, registramneste ano, um aumento no número de adolescentes dependentes químicos que buscam internação com o objetivo de sairdo vício. De acordo com dados do Caps-AD, entre os meses de janeiro e setembro, a procura já é maior que a registrada durante todo o ano passado, indicando um crescimento de 30% em 2013. 

O coordenador do Conselho Tutelar de Três Lagoas, Davis Martinelli Leal dos Santos, afirmou que, de todos os atendimentos realizados pelo órgão, 73% são referentes ao uso de drogas. O aumento é considerável, recebemos frequentemente familiares de garotos que estão envolvidos com drogas, os quais acabam vendo na internaçãoo melhor caminho para livrar o ente querido da dependência química, destaca Davis. 
 
Apesar de o tratamento ser recomendado, o coordenador lembra que antes de buscar a internação, o menor deve passar por um processo de avaliação por psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais, os quais fazem exames e entrevistas para verificar se realmente é necessária a internação urgente, ou se o tratamento pode ser realizado de outra maneira. 
É neste momento que entra em cena o trabalho do Caps-AD, que atende adolescentes acima de 16 anos e demais pessoas que enfrentam problemas de dependência química.
 
De acordo com o coordenador Afrânio Azambuja, na maioria dos casos o tratamento é feito pelo próprio Caps-AD. “Nós temos aqui 12 profissionais que ficam à disposição dos dependentes químicos que buscam se recuperar. Todo o tratamento é gratuito., atendemos mais de 500 pessoas nas mais diversas faixas etárias” informa Afrânio. 
 
O Caps-AD divide seus pacientes em três tipos de regime. O mais rigoroso é o intensivo, onde o participante fica durante o dia todo na sede do centro e passa por diversas atividades, além de receber um coquetel de medicamentos três vezes ao dia. Atualmente 30 pessoas se submetem a esse tipo de tratamento.
 
O segundo regime é o semintensivo. Nele,cerca de cem os usuários de drogas frequentam o Caps-AD pelo menos uma vez por semana para tomar os coquetéis der medicamentos, além de receberem acompanhamento psiquiátrico. No regime não-intensivo, os pacientes recebem o coquetel de medicamentos, uma vez por mês e também são acompanhados por psiquiatras e psicólogos, que também aferem a evolução no tratamento.
 
Nos casos mais graves, e que podem causar a morte do dependente químico, a equipe do Caps-AD busca a internação em dois hospitais psiquiátricos, um em Paranaíba, e outro em Campo Grande. Além destes, existem também clínicas de recuperação que fazem atendimentos mais voltados para a questão psicológica e trabalham com a introdução da religiosidade. Esses estabelecimentos realizam ações voluntárias e estão localizados na cidade de Birigui (SP) e Jaguari.
 
A Prefeitura de Três Lagoas tem convênio com uma clínica na cidade paulista de Aguaí, especializada em tratamento de dependentes químicos. Atualmente, sete três-lagoenses estão internados nesta clínica, sendo cinco homens e duas mulheres, entre elas uma gestante. Entretanto, a recuperação ainda depende muito da vontade do próprio paciente que por lei, pode abandonar o tratamento quando quiser. 
 
COMPULSIVA
Em muito dos casos, a determinação judicial para a internação é determinada pela por decisão liminar de um juiz, embora haja a necessidade para o seu cumprimento de realização de exame psiquiátrico, que atestará ou não a indicação de internação.