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Cruzes colocadas em pontos turísticos de Três Lagoas refletem mortes pela Covid-19

Nas redes sociais, populares remeteram o fato ao alto índice de mortes em razão do vírus

Cruzes no cruzamento da avenida Rosário Congro com a rua Duque de Caxias - Reprodução TVC
Cruzes no cruzamento da avenida Rosário Congro com a rua Duque de Caxias - Reprodução TVC

Nas redes sociais, populares em Três Lagoas comentaram e demonstraram impacto com a exposição pública das diversas cruzes espalhadas pela cidade e, em unanimidade remeteram o fato ao alto índice de mortes em razão da Covid-19. Elas foram postas em localidades estratégicas, em sua maioria brancas, em pontos turísticos e locais de fluxo intenso de veículos e passantes.  Estas cruzes foram instaladas no último fim de semana e ficaram expostas até o início da manhã de terça-feira (13).

Entre os locais, as cruzes foram postas aos pés da estátua do Cristo Redentor, no cruzamento do semáforo quatro tempos da avenida Rosário Congro com a rua Duque de Caxias, em um dos pontos da avenida Aldair Rosa de Oliveira, no entorno da Lagoa maior e outros pontos.

Dentro deste contexto, por ser tratar de um comportamento expresso, a psicóloga Anatiele de Souza, fala da possibilidade em ser uma forma de externar dor, diante do cenário que o município passa com cada dia mais casos confirmados e óbitos com números alarmantes. 

“Depois de um ano de pandemia o que podemos ver, seja nos consultórios, entre as famílias, nos noticiários, é o quanto as pessoas estão adoecidas psicologicamente. É muita ansiedade, estresse, é muito sofrimento, pois são muitas perdas. Perdas de familiares, de amigos, perdas financeiras”, pontua.

A psicóloga relata que diante do fato, as pessoas podem manifestar suas dores de muitas formas. “Seja uma homenagem, postagem em redes sociais, pode ser até mesmo as cruzes que encontramos na cidade”, ela ainda recomenda que as pessoas extravasem sua dor procurando redes de apoio.

Não houve manifestação de nenhum tipo, nem mesmo registro na cidade por parte dos responsáveis da colocação destas cruzes, a Prefeitura acredita que tenha sido populares, mas não recebeu nenhuma confirmação.

RETIRADA

Ainda na terça-feira, a Secretaria de Meio Ambiente fez a retirada destas cruzes, visando cumprir o Código de Postura que normatiza a colocação de faixas, placas e quaisquer objetos em áreas verdes e áreas públicas.

“Na lagoa já retiramos no sábado mesmo, pois existe uma licença específica para o loca, e só é possível fixar algo mediante uma análise técnica, para que o meio ambiente possa emitir uma autorização e assim proceder com fixação de algum objeto”, explica o secretário de Meio Ambiente, Celso Yamaguti.

“Aguardamos algum tipo de manifestação por parte dos responsáveis, se foi um ato de alerta, ou solidariedade às perdas que o município e todo mundo vem obtendo, mas não tivemos. Então como realizamos a manutenção dos canteiros centrais das avenidas e outros pontos, precisamos retirar, pois além de ser um obstáculo, fere o Código de Postura do Município.

Segundo ele, a secretaria está aberta para receber qualquer tipo de contato neste sentido, já que a o Meio Ambiente gere as questões de qualquer tipo de objeto a ser instalado em logradouros públicos e áreas verdes.

Acompanha os depoimentos clicando no vídeo em sequência: