O número sempre é alto e alarmante. Em outro aspecto, demonstra que muitas mulheres vítimas de violência doméstica estão denunciando mais. A avaliação é da delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de Três Lagoas (DAM), Letícias Mobis, ao confirmar que a unidade policial já registrou, ao menos, 300 casos de agressões, entre os meses de janeiro e março, deste ano.
O dado aponta que, pelo menos, três mulheres se tornam vítimas, por dia, na cidade. São 100 ocorrências por mês. Segundo a própria polícia, na maioria dos casos, o agressor é o namorado, marido, companheiro ou um ex. Além disso, os registros revelam que a agressão é motivada pelo fim do relacionamento ou quando a mulher consegue ter independência financeira. “Apesar dos registros e da quebra de tabu, esse número ainda pode ser maior porque muitas vítimas têm medo de denunciar e acabam não registrando a queixa contra o agressor”, pontuou a delegada.
Neste ano, três tentativas de feminicídio foram registradas em Três Lagoas e nenhum caso consumado. Esse crime reduziu se comparado com anos anteriores. O município é o terceiro de Mato Grosso do Sul com mais registros de violência doméstica.
MEDIDAS PROTETIVAS
Outro levantamento importante é que só a metade dos boletins de ocorrência por violência doméstica vira peça judicial, com pedido de proteção.
Segundo a Lei Maria da Penha, a violência doméstica envolve qualquer ação baseada no gênero, caso a mulher sofra algum tipo de violência apenas pelo fato de ser mulher. A medida protetiva é válida enquanto houver situação de risco. Um juiz decidirá sobre a concessão ou não da medida protetiva em até 48 horas. A lei prevê a possibilidade de decretar a prisão preventiva do agressor