A três-lagoense Simone Tebet será a ministra do Planejamento e Orçamento do governo do presidente eleito, Luiz Inacio Lula da Silva (PT), que toma posse no domingo, 1º de janeiro de 2023. Nesta quinta-feira (29), Lula anunciou Simone e os demais nomes de ministros que faltavam para compor os 37 ministérios.
Candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet foi importante aliada de Lula no segundo turno da eleição, quando mergulhou de cabeça na campanha do petista, que teve uma vitória apertadíssima, com menos de 2 pontos percentuais de diferença para Jair Bolsonaro (PL). Tebet obteve 4.915.423 votos. “Simone Tebet é uma companheira que teve um papel muito importante na campanha. Ela foi adversária nossa no primeiro turno e foi uma aliada extraordinária no segundo turno”, declarou Lula ao anunciar Tebet como ministra.
Simone aceitou o convite após viagem com Lula na sexta-feira (13). Ela foi convidada a acompanhá-lo no voo de Brasília a São Paulo, na tarde de sexta-feira (23). Durante o trajeto, que levou uma hora e meia, Lula falou sobre temas variados, mas não fez convite para o ministério. Pouco antes do desembarque, entregou a ela um envelope com um bilhete e pediu: “não abra agora. Primeiro, comemore o Natal com sua família”. Dentro, a mensagem: “peço que você aceite o Ministério do Planejamento”, junto com organograma da pasta. Simone aceitou o convite, embora, almejasse o Ministério do Desenvolvimento Social, que será comandado por Wellington Dias, do PT.
O Ministério do Meio Ambiente foi oferecido à Tebet, mas ela disse que somente aceitaria se a ex-ministra Marina Silva recusasse o convite de voltar ao cargo. Marina, no entanto, aceitou assumir novamente a pasta.
Apesar do MDB ter cogitado outras pastas, emedebistas concluíram que Simone Tebet terá mais oportunidade no Planejamento, onde terá visão multitemática com acesso a todos os dados das políticas a serem adotadas pelo governo federal a partir de janeiro, e ainda fará o acompanhamento das estatais.
QUEM É TEBET
Filha de Ramez Tebet, ex-ministro da Integração Nacional no governo Fernando Henrique e senador falecido em 2006 durante o segundo mandato, Simone iniciou na carreira política em 2001, quando se elegeu deputada estadual em Mato Grosso do Sul aos 32 anos. Em 2004, foi eleita a primeira mulher prefeita de Três Lagoas, sendo reeleita em 2008. Em 2010, foi eleita vice-governadora, na chapa com André Puccinelli (MDB). Em 2014, foi eleita senadora por Mato Grosso do Sul, encerando o mandato de oito anos neste sábado (31). Agora, será ministra do Planejamento no governo de Lula.
Simone vai trilhando os mesmos caminha do pai, que foi prefeito de Três Lagoas, vice-governador, senador e ministro. Além disso, vem quebrando barreiras e conquistando espaços que poucas mulheres conseguiram.
Foi a primeira mulher a administrar Três Lagoas, primeira vice-governadora de Mato Grosso do Sul, a primeira senadora eleita pelo Estado, e a primeira a presidir a comissão mais importante do Senado, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Além disso, protagonizou disputa inédita pela Presidência do Senado, em uma batalha interna com Renan Calheiros (AL) dentro do MDB. Neste ano, em uma disputa interna dentro do próprio partido conseguiu se firmar candidata à presidência da República, ficando em terceiro lugar na disputa, desbancando o veterano, Ciro Gomes, que já havia disputado outras eleições.